quarta-feira, 13 de setembro de 2017

O que ensinar antes dos 10 anos!

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 11 – O nível de conhecimento precoce – O que ensinar antes dos 10 anos?
Harvey e Laurie Bluedorn

“Cada criança é um individuo especial, crescendo em uma família única, onde Deus as colocou.”

Quando paro para pensar na maternidade e a grande dádiva que é ser mãe é impossível não pensar também na grande responsabilidade que esta missão incute. Receber para zelar e amar uma alma imortal e única criada à imagem e semelhança de Deus e ter o dever de guia-la à eternidade, parece ser algo muito além das minhas capacidades. No entanto, saber que o mesmo Deus que me confiou tal missão esta sempre disponível a vir em meu socorro traz uma grande paz e também o desejo de ser agraciada com mais missões.

Hoje sabendo o que é a educação domiciliar e o bem que ela traz aos nossos filhos me parece absurdo não optar por este caminho e expor a inocência delas aos tantos malefícios que a sociedade moderna proporciona. Porém, minha insegurança ainda é o ‘como fazer’. Inicialmente ao pensar na educação domiciliar achei que a forma como faria era algo quase óbvio: selecionar materiais, apostilas, livros, criar um cronograma e aplicá-lo. Simples assim! Mal sabia eu que a minha mente era total, mas não irrevogavelmente (graças a Deus!), escolarizada. Ao dar os primeiros passos e leituras já de imediato percebi meu engano, minha cegueira. Eu não queria apenas não levar meus filhos à escola, eu queria educá-los. Encucar em seus corações valores que estão muitíssimo além de cronogramas, livros e tarefas pedagógicas. E então me vi no mais completo e absoluto escuro, consciente da minha total ignorância do que seria educar um filho. Desde então foram muitas as leituras, pesquisas, cursos, troca de experiências, conversas com outras mães e claro, orações. E por fim vejo que começo a ver não o completo breu, mas já uma névoa.

Este capítulo, assim como todos os demais lidos até o momento, se mostrou uma feliz surpresa. Ou melhor, mais que isso, se mostrou como um farol que clareou e indicou a direção a ser seguida. Fez-me ajustar as velas e corrigir muitas coisas na prática da educação domiciliar em minha casa e também das minhas preocupações. Num mundo onde tudo nos pede para sermos melhores, não que nós mesmos, mas melhores que os outros, acabei não conseguindo definir as prioridades segundo o que realmente importa, levando em consideração primeiramente as afinidades de meu filho e sim o que pedem currículos, psicólogos, pedagogos e tantos outros mais. Talvez seja o medo de que ele tenha que ser avaliado pedagogicamente por tais profissionais, tendo em vista as incertezas jurídicas que ainda vivemos no Brasil quanto a educação domiciliar, ou apenas neuroses modernas de pais que desejam super filhos. Não sei ao certo, mas o mais importante é que este capítulo veio trazer luz e me fez reajustar os caminhos.

São tantas as preciosidades contidas nesse capítulo que seria quase impossível destacá-las aqui nessas linhas sem, no entanto, reproduzi-lo, então partilharei apenas o que mais me auxiliou. Os autores afirmam que uma criança numa fase de conhecimento precoce, ou seja, até os 10 anos de idade, depende principalmente de experiências concretas e sensoriais para se desenvolver e estar preparada para o ensino acadêmico mais elaborado dos 11 anos em diante. É através do real e palpável que a criança compreenderá o mundo a seu redor, o funcionamento das coisas e até a si mesma e por isso recomendam a distancia dos dispositivos eletrônicos, que acabam por causar lacunas, talvez irremediáveis, no desenvolvimento cerebral de uma criança. Por mais educativo que seja são muitas as coisas que a criança deixará de aprender ao utilizar o mundo virtual ao invés de coisas reais e concretas.

Nos primeiros anos de vida de uma criança é preciso focar em coisas como:
- Honrar a Deus e aos pais – Exatamente nesta ordem. A criança precisa compreender a importância e o devido lugar de Deus em suas vidas e em suas famílias e por consequência honrar e respeitar os pais, vendo-os como autoridade em suas vidas, autoridade esta outorgada por Deus e que honrando aos pais, honrarão também a Deus. Para tal os pais precisam ser exemplo de servos de Deus para seus filhos e valorizar os momentos de oração da família (devocional), em fidelidade e conteúdo.

- Desenvolver habilidades linguísticas: Trabalhar leitura e escrita (cópias de textos estruturados e de boa qualidade), capacidade de narração, conhecimento de outras línguas (fala e escuta);

- Desenvolver o gosto pela aprendizagem: Incentivar a busca por respostas a seus questionamentos, gosto pela pesquisa.

- Enriquecer a memória: Treinar a memorização e recitação de textos, poemas, versículos, entre outros, incentivando a criança a desenvolver a capacidade de memorização nesta fase que é tão propícia. Ler em voz alta para a criança, não se atendo a textos infantilizados e sim dando prioridade a histórias bem construídas.

- Estimular a criatividade: Expor a criança a Arte de qualidade (música, pintura, escultura, etc) realizando passeios e visitas a museus, exposições de artes, livrarias, bibliotecas e incentivá-la a criar arte deixando a seu alcance materiais para tal.

- Gosto pelo Serviço e pelo trabalho: Possibilitar à criança ocasiões onde ela pode servir ao próximo seja em asilos, creches, igrejas. Não realizar em casa os serviços que ela já consegue realizar, incentivando-o sempre a realizar as tarefas com dedicação.

“Não faça sozinho o que seu filho pode fazer por você.”

- Disciplina: Ensinar os filhos a obedecer à primeira ordem, sem ficar a repetir várias vezes ou ainda recorrer a elevação no tom de voz. As crianças só aprenderão a autodisciplina quando aprenderem a obedecer seus pais.

- Brincar e explorar: E por fim, não poderia ficar de fora o ‘ser criança’, deixa-las brincar, descobrir o mundo a seu redor através de explorações livres, deixar que soltem sua imaginação e perceberem que o mundo é um lugar maravilhoso, incrível e assim entenderão um pouco do Amor que Deus tem por elas, pois criou tudo isso, especialmente para elas e pensando nelas.

Posso dizer que este não foi o capítulo que mais me ensinou sobre o Trivium neste livro, mas com toda a certeza foi o que mais me ajudou nesta fase de definições na educação em minha casa.

Abraço fraterno,


Maya