segunda-feira, 18 de junho de 2018

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 12 Livro IV – A educação Moral – Alguns hábitos a fazer contrair


Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 12

Livro IV  – A educação Moral – Alguns hábitos a fazer contrair

O bom caráter

O bom caráter é uma disposição natural e adquirida que impõe a lei de nunca ofender pessoa alguma voluntariamente e que após haver enfraquecido as tendência  más da natureza, dá a preponderância às inclinações nobres.

“Aquele que possui um bom caráter são e fazem outras pessoas felizes.”

Para se formar um bom caráter é preciso suprimir: a alimentação excitante, as palavras maldosas e os exemplos de descontentamento, de aspereza, de rancor, de vingança ou de cólera.

Nunca se deve atender as lágrimas sem motivos ou permitir que se torne uma criança amuada, pois este, se não combatido, desenvolve sentimentos como o orgulho. Por outro lado é preciso proporcionar à criança um ambiente cuja atmosfera seja afetuosa, com pais alegres, que dão o exemplo do bom humor e de uma disposição de espírito sempre equilibrada.

“O rir vale muitas vezes mais que os remédios.”

Os pais deverão tornar tão curtos quanto possível os momentos de severidade e, uma vez feita a correção, devem esquecê-la por completo, nunca mais falando dela.

A sinceridade

“A sinceridade embeleza a criança, enobrece o jovem, glorifica o homem maduro.”

A sinceridade de um filho constitui a maior honra e o maior prazer dos pais.

A sinceridade obriga a fazer boas confissões, e assegura, por consequência, a salvação e a saúde da alma.

Há três meios principais de desenvolver a sinceridade nas crianças: Dar o exemplo da sinceridade; Inspirar uma profunda estima pela sinceridade; Animar todo o ato de sinceridade.

Para dar o exemplo, o educador, nunca deve enganar a criança e nunca se deve mentir diante dela. É preciso evitar sobremaneira prometer o que não se pretende cumprir ou falar irrefletidamente, pois estes ensinam as crianças, mesmo as mais novas, que os atos deferem das palavras.

Sendo assim é preciso cautela quanto as chamadas mentiras piedosas (coelho da pascoa, papai noel ou São Nicolau, etc), pois a criança, piedosamente enganada, quando chegar o dia em que se conheça enfim a verdade, poderá considerar como ilusória e enganosa os mistérios mais graves da nossa fé.

Pode-se fortalecer a sinceridade das crianças pela fé, pela discrição e pela atenuação do castigo ou pelo perdão.
Pela fé: Deus vê tudo; sabe sempre a verdade, a mentira é um pecado; O demônio é o pai dos mentirosos, etc.
Pela discrição: Os pais serão discretos e não submeterão nunca a sinceridade da criança a um a prova demasiado rude.
Pela atenuação do castigo: Quando a falta é confessada a criança deve notar uma diferença na forma de tratar a falta cometida, dando assim valor a sinceridade. Quanto ao perdão completo do castigo deve-se observar as circunstâncias, não sendo oportuno ser indulgente frequentemente.

Em caso de reincidências de mentiras será preciso tratar com maior severidade e demonstrar claramente o descontentamento e então fazer-lhes perceber quão feia é a mentira e como Deus a puniu.

Abraço fraterno,

Maya





Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 11 Livro IV – A educação Moral – A formação da Vontade


Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 11
Livro IV  – A educação Moral – A formação da Vontade

“Querer é já poder” P. Gaultier

Talvez você se pergunte: ‘Mas como assim, formação da vontade? Devo ensinar a criança a querer?!’
Olhando superficialmente pode parecer algo ilógico ou que não mereça atenção, no entanto a formação da vontade é determinante para a educação de uma criança, uma vez que esta deve aprender a querer não apenas as coisas fáceis, mas também as coisas difíceis, que lhe custem muito a fazer.

Para o catecismo da educação, vontade é ‘o poder que tem a alma de decidir, com consciência e reflexão, à uma determinada ação e uma vez decidido levar ao final sua execução, perseverando sempre, apesar de posições contrárias, apesar do cansaço, apesar das dificuldades.

Quando conquistada essa capacidade de querer, também evitará as irresoluções, terá o domínio de si e terá autoridade diante do mundo exterior e das posições contrárias que este possa oferecer.
Uma pessoa cuja vontade é fraca ou mau formada é também inconstante e desenvolve o vicio do desleixo e irresolução, sendo ainda demovido com facilidade de suas decisões. Ficará como um barco sem comando que anda ao sabor das ondas.
A vontade bem formada é aquela vontade firme, porém prudente, onde se prevê, medita, espera quando necessário, consulta e então quando bem informado, escolhe.

Para que a criança tenha a Vontade bem formada existem algumas condições, a princípio simples, mas que são essenciais. Destaco entre as citadas no catecismo:
·         Higiene apropriada: A vontade depende do sistema nervoso e do sistema muscular, do mesmo modo e na mesma medida que o operário depende do seu instrumento de trabalho.
Existe uma máxima que diz: “Corpo são, mente sã”, e esta se descreve perfeitamente a importância deste na formação da vontade. Ter um ambiente organizado, uma alimentação equilibrada (evitando alimentos que deixem a criança agitada, nervosa, com mal estar),  um corpo disposto a se movimentar auxilia sobremaneira para que a criança esteja disposta e suscetível aos esforços que uma vontade bem formada exige.

·         A criação de hábitos: O hábito é uma tendência adquirida por reproduzir certos atos ou suportar certos estados, tanto mais facilmente quanto mais vezes tenham sido suportados. Ou seja, repetir tantas vezes sejam necessárias uma determinada ação ate que se torne fácil executa-la, porém esta ação deve ser consciente e não uma mera repetição autônoma. Para tal, se faz necessário começar cedo, fazer repetir muitas vezes as mesmas ações, sempre da mesma maneira e à mesma hora, se possível. Dentre os hábitos mais importantes para a formação da vontade destaca-se a formação do habito da obediência pronta.

Deve-se evitar a todo o custo a procrastinação. Ao tomar uma decisão deve-se pô-la em prática sem demora. ‘Faça-o imediatamente’.

Para a formação da vontade é imprescindível se utilizar da moral, onde o sentimento seja despertado, pois ele possui maior poder sobre a vontade, que o esclarecimento. Um filho pode não executar uma ordem apenas por saber que é bom e que o deve fazer, mas o sentimento de temor e amor que tem pelos pais o levará a executar prontamente. Por isso tudo o que um pai diz aos seus deve respirar o temor e o amor.

“A criança que não tiver experimentado grandes temores, não deve ter grandes virtudes.”

Destaco ainda a influencia do meio na formação da vontade e o fato de sermos responsáveis pela influencia do exterior que se exerce sobre o individuo. Depende em grande parte de nós fazer o nosso meio, escolher o conjunto de homens e de coisas que terão influencia sobre nós. É preciso evitar a todo custo as representações imorais, as sensualidades e a feiura. Assim como se deve buscar contemplar belos quadros, executar boa musica, nos cercar de coisas belas e edificantes, manter amizades e convívio com pessoas de valor moral elevado.

Para com as crianças se faz necessário uma disciplina severa onde a preguiça e o desmazelo sejam abominados e para tal se deve lançar mão de praticas como: lisonjas ao corpo e ao paladar, divertimentos em demasia, modéstia do vestir, entre outros.

Para que as crianças desenvolvam a energia da ação e da fortificação da vontade é preciso que estas façam o que devem fazer, no momento que devem fazer. Para tal devem compreender que Deus é o mestre, que Ele tanto manda nos pais como nas crianças e que é preciso sempre obedecer a Deus e que obedecendo prontamente  agradarão a Deus e a seus pais, que estão no lugar de Deus – A serviço de Deus.

Finalizando esta parte devemos entender que desenvolver a duração do esforço, a perseverança nas ações é tão importante quanto desenvolver o querer inicial. Mesmo que seja custoso, cansativo, mortificante, é preciso perseverar e que cada vez que se faz um ato em conformidade com a luz divina da fé fortifica-se, mas de cada vez que se hesita ou recua, enfraquece-se a vontade.

Em resumo, é preciso IR ATÉ O FIM, ACABAR, CONCLUIR!

Abraço fraterno,

Maya