quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 6 – A vigilância (segunda parte)

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 6

Livro IV  – A educação Moral – A vigilância (segunda parte)

“A criança carrega em si os efeitos do pecado original e não tem firmeza de caráter formada para se conter diante das situações tentadoras. Necessita de auxílio.”

Continuando a exortar sobre a importância da educação moral, o catecismo da educação nos fala sobre a Vigilância que se deve ter para com os filhos. Como responsáveis pela criança, os pais devem prever, distinguir e afastar os perigos que se apresente, sejam estes perigos ao corpo físico, a formação do caráter, mas também à formação e manutenção das virtudes.

A vigilância deve ser constante e seguir condições como:
- Perspicácia: É preciso saber OLHAR.
- Manter certa desconfiança: É preciso saber VER.
- Sacrifício: É preciso esquecer-se de si mesmo.
- Liberdade progressiva: É preciso deixar à criança um meio de se acostumar a uma vida pessoal.

“O lar é alternadamente a Ceia e o Calvário (E. Julien)

Por vezes nós pais, por muito amar a nossos filhos, nos pomos cegos diante de seus erros e defeitos. Estamos sempre colocando o nosso foco em suas virtudes e deixando passar a brancas nuvens as oportunidades de emenda-los em seus erros, extirpar certos vícios que sutilmente vão lançando raízes em seus corações. Quando se fala em vigilância é também e talvez especialmente para ocasiões como estas. Os pais não devem poupar esforços quando o assunto é a educação de seus filhos.

Mais uma vez o autor alerta sobre cuidados que os pais devem ter com as pessoas que convivem com seus filhos: Parentes, amigos, professores, conhecidos e acrescenta aqui as ocasiões em que tal convivência pode ocorrer especialmente aquelas de lazer, onde as pessoas estão com o único intuito de se divertir abrindo-se a situações de constrangimento ou mesmo leviandades. Por toda a leitura se pode perceber a ênfase dada ao encantamento e atração que o erro exerce sobre os seres humanos e de modo especial nas crianças. Tudo o que for dito incentivando atos virtuosos e amor a verdade podem se perder após uma simples brincadeira maliciosa entre amigos.

No decorrer da leitura é impossível não recordar da minha infância e juventude e desgraçadamente confirmar os malefícios da falta de vigilância, da influência de ‘amigos’, da falta de firmeza de caráter, da falta de auxilio e vigilância oportunos. É recomendada especial atenção às leituras a que têm acesso, uma vez que estas se fazem silenciosas e podem causar muito dano, especialmente à pureza da criança.

Para finalizar este pequeno resumo vejamos a citação sobre o sacrifício necessário por parte dos pais, que mesmo cansados não devem terceirizar os cuidados dos filhos a quem quer que seja, sem que com isto corram o grave risco de prejudicarem suas almas: “Os vossos ouvidos estão tranquilos, os vossos olhos também, a vossa casa e o vosso espírito... Mas a vossa consciência deveria estar atormentada e com remorsos! Ela deveria reprovar a vossa negligência, o vosso egoísmo, o odioso tráfico em que talvez tenhais vendido, por um pouco de repouso, a alma e a virtude dos vossos filhos!”

Não esqueçais que para alcançar o céu, o calvário é passagem obrigatória.

Abraço fraterno,


Maya

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