Catecismo da Educação – Abade René Bethléem
– 1917 - Parte 6
Livro IV – A educação Moral
– A vigilância (segunda parte)
“A criança carrega em si os efeitos do pecado original e não tem firmeza de caráter formada para se conter diante das situações tentadoras. Necessita de auxílio.”
Continuando a exortar sobre a importância
da educação moral, o catecismo da educação nos fala sobre a Vigilância que se
deve ter para com os filhos. Como responsáveis pela criança, os pais devem
prever, distinguir e afastar os perigos que se apresente, sejam estes perigos
ao corpo físico, a formação do caráter, mas também à formação e manutenção das
virtudes.
A vigilância deve ser constante e seguir
condições como:
- Perspicácia: É preciso saber OLHAR.
- Manter certa desconfiança: É preciso
saber VER.
- Sacrifício: É preciso esquecer-se de si
mesmo.
- Liberdade progressiva: É preciso deixar à
criança um meio de se acostumar a uma vida pessoal.
“O lar é alternadamente a Ceia e o Calvário (E. Julien)
Por vezes nós pais, por muito amar a nossos
filhos, nos pomos cegos diante de seus erros e defeitos. Estamos sempre colocando
o nosso foco em suas virtudes e deixando passar a brancas nuvens as
oportunidades de emenda-los em seus erros, extirpar certos vícios que
sutilmente vão lançando raízes em seus corações. Quando se fala em vigilância é
também e talvez especialmente para ocasiões como estas. Os pais não devem
poupar esforços quando o assunto é a educação de seus filhos.
Mais uma vez o autor alerta sobre cuidados
que os pais devem ter com as pessoas que convivem com seus filhos: Parentes,
amigos, professores, conhecidos e acrescenta aqui as ocasiões em que tal convivência
pode ocorrer especialmente aquelas de lazer, onde as pessoas estão com o único intuito
de se divertir abrindo-se a situações de constrangimento ou mesmo leviandades. Por
toda a leitura se pode perceber a ênfase dada ao encantamento e atração que o
erro exerce sobre os seres humanos e de modo especial nas crianças. Tudo o que
for dito incentivando atos virtuosos e amor a verdade podem se perder após uma
simples brincadeira maliciosa entre amigos.
No decorrer da leitura é impossível não
recordar da minha infância e juventude e desgraçadamente confirmar os
malefícios da falta de vigilância, da influência de ‘amigos’, da falta de
firmeza de caráter, da falta de auxilio e vigilância oportunos. É recomendada
especial atenção às leituras a que têm acesso, uma vez que estas se fazem
silenciosas e podem causar muito dano, especialmente à pureza da criança.
Para finalizar este pequeno resumo vejamos
a citação sobre o sacrifício necessário por parte dos pais, que mesmo cansados
não devem terceirizar os cuidados dos filhos a quem quer que seja, sem que com
isto corram o grave risco de prejudicarem suas almas: “Os vossos ouvidos estão tranquilos, os vossos olhos também, a vossa
casa e o vosso espírito... Mas a vossa consciência deveria estar atormentada e
com remorsos! Ela deveria reprovar a vossa negligência, o vosso egoísmo, o
odioso tráfico em que talvez tenhais vendido, por um pouco de repouso, a alma e
a virtude dos vossos filhos!”
Não esqueçais que para alcançar o céu, o
calvário é passagem obrigatória.
Abraço fraterno,
Maya

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