Catecismo da Educação – Abade René Bethléem
– 1917 - Parte 9
Livro IV – A educação Moral
– Cap IV – O coração deve ser desinteressado e Cap V – O coração deve ser
intusiasta
“É doido o pelicano que se mata pelos filhos seus, é louco o que sofre
amarguras a trabalhar pelos seus” Ronsard
Quando a criança é o centro dos afetos (das atenções),
corre-se o grande risco de fazê-la uma criança egoísta.
Mas o que vem a ser o egoísmo? É quando nos amamos só a nós
próprios, quando reportamos tudo a nós mesmos, pessoas e coisas, quando não
amamos os outros senão por nós próprios.
As crianças têm o privilégio de criar afetos com facilidade e
ter o coração aberto ao outro, porém isso não as isenta do risco de florescer
em seus corações o egoísmo, uma vez que todos nós nascemos com uma maldade
inata, consequência do pecado original.
Porém, a causa mais comum do egoísmo é a MÁ EDUCAÇÃO.
As crianças estão cada vez mais egoístas e orgulhosas e a
responsabilidade é dos pais que optam por não dar a eles irmãos, por colocá-los
em pedestais e trata-los como pequenos senhores de suas casas. Fazem todas as
suas vontades, não dão correções aos erros, mesmo aqueles mais escandalosos
(falta de respeito para com os outros, birras, etc).
Como evitar o egoísmo?
1º - faze-los repartir com os irmãos as
guloseimas e brinquedos que têm;
2º - Ensiná-los e incentivá-los a cuidar do
outro (rezar pelo outro);
3º - Obriga-los a dizer ‘obrigada’, todas as
vezes que receberem qualquer coisa;
4º - Ensiná-los a serem serviçais, a
sacrificarem-se pelos outros;
5º - Educá-los no pensamento de ter sempre
cuidado com os outros;
6º - Se a criança for de saúde delicada, observar para que
esses cuidados especiais que se fizerem necessários, não se convertam num
alimento de egoísmo.
Para os casos em que o egoísmo já se implantou no coração da
criança, para corrigir será preciso levá-la a aprender amar ao outro mais que a
si. Para matar o egoísmo será preciso ensiná-la o valor e a grandeza do AMOR e
da DEDICAÇÃO ao outro.
Capítulo V – O coração deve ser intusiasta
O entusiasmo é o amor do sublime levado até ao sacrifício da
vida e de tudo o que ela nos pode dar de melhor, é ele o único que nos permite
realizar nobres ações.
Entre os 10 e 12 anos faz-se necessário que a criança comece a se apaixonar por um fim mais
elevado do que as necessidades de cada dia e para tal deve-se por a
criança em contato com as belezas da natureza, das obras primas literárias e artísticas.
Faze-la notar as belezas as auxiliará a distingui-las.
Contudo, a forma mais
fecunda de alimentar o entusiasmo no coração da criança é aquela que deriva das
alturas, onde germina e floresce o amor de Deus, o amor da igreja, o
amor das almas, o amor da pátria.
Abraço fraterno,
Maya
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