terça-feira, 8 de maio de 2018

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 8 – A educação Moral – As condições da formação do coração


Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 8
Livro IV  – A educação Moral – As condições da formação do coração

“O coração bem formado dever ser sensível, forte, regrado, desinteressado e entusiasta.”

Os tempos são de grande correria por aqui, mas eu não poderia deixar de registrar os pontos que achei mais interessantes desta leitura. Sendo assim, transcreverei as citações e trechos que mais me chamaram a atenção:

Capitulo I – O coração deve ser sensível

*      Para que a sensibilidade seja sempre uma qualidade deve-se evitar:
- a mimalhice: consiste em satisfazer todos os seus caprichos; em querer, custe o que custar, poupá-la ao menor sofrimento. Uma educação materialmente um pouco dura preserva da efeminação, o que é defeito, mesmo nas mulheres.
- a pieguice: é uma exageração e um desvio da sensibilidade. Evita-se isso ao habituar a criança a dominar e dirigir a sua sensibilidade. É preciso ensiná-las a reprimir as lágrimas (choro por situações e coisas pouco importantes).
- a sensualidade (já dito em textos anteriores).

Capitulo II – O coração deve ser forte
*   
   O coração sensível deve ser um coração forte. Para se criar uma criança com um coração forte deve-se exercitar, desde a mais tenra idade, a conservar a liberdade, a fidelidade e a serenidade do coração.
*      A liberdade do coração – reside completamente no domínio de si mesmo, e na subordinação dos afetos aos princípios da razão e da fé.
*      A fidelidade do coração – Consiste em manter com constância as afeições legítimas e ordenadas que uma vez se aceitaram.
*      A serenidade do coração – Consiste em conservar uma alegria calma e forte que se chama de paz, apesar da solidão e da vida afadigada do lar; apesar das angústias da miséria, das ruínas e das privações; apesar das doenças e enfermidades; apesar das faltas e tentações; apesar da perda dos seres queridos; apesar da aproximação da morte.
Para sustentar esta serenidade é preciso FÉ e o AMOR DE DEUS.

Capitulo III – O coração deve ser regrado

*      Um coração regrado é aquele que ama o belo e se liga ao bem.
*      Deve-se despertar no coração o ‘amor pelo belo’ pois, o conhecimento daquilo que é belo é o verdadeiro caminho e o primeiro escalão para o conhecimento das coisas que são boas. Só a visão do belo desprende a alma de tudo que é pequeno e mesquinho, depura a sensibilidade de todo o egoísmo, inflama nos corações a sede da perfeição infinita.

E com se pode despertar na criança este amor pelo belo? Educando-a num meio de beleza.


“seria conveniente dar à criança um quarto bem situado, alegre, bem revestido e ornado, onde ela possa sentir um coração terno que atrai e a mão afetuosa de alguém que protege e encaminha.”

*      O ‘amor pelo bem’ é despertado observando atentamente, para que o bem seja celebrado com amor, praticado com generosidade, defendido com desinteresse.
É preciso inspirar à criança:  o amor da família, o amor dos pobres, o amor do trabalho, o amor do dever, o amor da pátria.

o amor da família: Deve-se amar a honra do nome (nome da família, a tradição da família); pois o primeiro dever daqueles que o usam (o nome) é não o desonrar.

Os pais devem ensinar-lhe que foram eles que lhe deram a vida; que são eles que lhe proporcionam o lar, o calçado, o vestuário, a alimentação, etc; são eles que a instruem ou a mandam instruir, lhe preparam o futuro e a colocam no caminho do ceu; que são eles que, DEPOIS DE DEUS, lhe tem mais afeto e que, sem dúvida, tudo isto lhe faltaria, se fosse abandonada a si mesma.

“É um erro e uma ilusão completa acreditar que a criança ama por instinto e naturalmente.”

O Amor pelos pobres – Se os pais querem criar o amor pelos pobres, não devem esquecer-se de fazer notar que estas vantagens nem a todos estão asseguradas, que muitos são privadas delas e sê-lo-ão sempre, sem que, no entanto, tenham nisso alguma culpa; que era possível que a ele próprio essas vantagens faltassem por completo.
Dir-lhe-ão que há crianças, como ele, que não tem vestuário, nem lar, nem carne, nem guloseimas, nem mesmo pão e que este lhe é seu semelhante a quem se deve afeição.

O amor do trabalho – Deve fazê-los compreender que o trabalho é uma obrigação, uma glória, um preservativo e uma fonte de bens.

“Se alguém não quer trabalhar, que também não coma” São Paulo

“O tédio entrou no mundo pela preguiça.”

“A ociosidade é a mãe de todos os vícios.” Provérbio

Essas foram as partes que mais me chamaram a atenção, que considerei mais importante, no entanto, toda a leitura acrescentou algo, as formas de incutir o amor o pelo belo foi uma das partes que mais me impactou, talvez por vivermos num meio cercado de feiura por todos os lados e a dificuldade que se tem em apresentar esta beleza fora das paredes das nossa casas. O que nos obriga ainda mais a embelezar o nosso lar, sem deixar de manter a modéstia e a simplicidade.


Abraço fraterno,

Maya




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