ENSINANDO O
TRIVIUM - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A
EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.
CAPITULO 10
– Diferentes métodos e abordagens na educação domiciliar À luz do Trivium
Harvey e
Laurie Bluedorn
“A autonomia é uma semente que deve ser plantada.”
No Catecismo da Igreja Católica, em seu número 1652,
onde trata sobre algumas questões quanto à fecundidade do casal, há uma frase
que diz o seguinte: “Os filhos são o dom mais excelente do Matrimonio e
contribuem grandemente para o bem dos próprios pais.”
Quando paro para pensar no quanto minha vida mudou com
a chegada dos filhos, não são raras as vezes que me vejo admirada do quanto a
chegada de cada filho me faz bem. Sem meus filhos eu jamais teria enveredado
pelos caminhos da educação domiciliar, muito provavelmente não conheceria a
educação clássica ou mesmo os diversos métodos que podem ser utilizados na
educação de uma criança e com isso me ajudam a curar as próprias falhas de um
intelecto abandonado. Eles me fazem uma pessoa infinitamente melhor do que eu
jamais fui ou seria sem eles.
Neste capitulo os autores nos dão indicação do que
deve ser observado ou mesmo esperado de uma criança conforme sua faixa etária,
deixando claro que pode haver variações que ocorrem conforme a personalidade e
aptidões de cada criança. De acordo com o Trivium, sendo confirmada com a experiência
na família dos autores:
·
Até os 10 anos: fase do conhecimento (gramática) –
tempo de treino intenso e desenvolvimento da autodisciplina;
·
Dos 10 aos 12 anos: Acende-se a luz do entendimento
(lógica) – inicia-se o desenvolvimento da habilidade de raciocínio e comunicação;
·
Dos 13 aos 15 anos: Fase do entendimento (lógica);
·
Dos 16 aos 18 anos: Fase da Sabedoria (retórica);
·
Até os 20 anos: Fases já plenamente desenvolvidas, ou
é como deveria ser, pois eu no auge dos meus 34 anos agora que tenho percebido
falhas em meu desenvolvimento intelectual que podem vir a levar anos para serem
sanadas e à base de muito trabalho.
Outro ponto de grande destaque neste capítulo é o
apontamento de alguns métodos de ensino e como eles podem ou não serem
utilizados à luz do Trivium, sendo estes: Escopo e sequência, Unschooled,
Abordagem em unidades de estudo, Método da educação por princípios, Método Charlotte
Manson, educação Clássica formal e Educação Clássica aplicada.
Uma grata surpresa neste capitulo foi a visão cristã
do método Unschooled, que devo dizer são coincidentes com a visão que eu tinha
deste método. Não vejo como pode ser benéfico a uma criança ser deixada como
dizem ‘livre, leve e solta’ sem nenhum tipo de norteio de aprendizado. A
criança por sua própria natureza pede dos adultos indicações de quais os
caminhos ela deve tomar. Não defendo aqui uma educação castradora, onde não é
levada em conta as aptidões ou características da criança, mas sim uma educação
onde ‘a criança não é deixada inteiramente entregue a seus próprios interesses’.
“O aprendizado negligente é um aprendizado ausente.”
Dentre os métodos abordados no capítulo fico inclinada
entre o de ‘sequencia e escopo’, por ser mais próximo do que vivi na minha própria
educação escolarizada; o método clássico aplicado e o método de Charlotte
Manson. Por enquanto sigo entre um e outro ou mesmo de uma miscelânea dos três,
pois pouco sei sobre o método do Trivium aplicado e do Método da charlote Manson,
tendo em vista que a literatura para estudos em sua quase totalidade são
estrangeiras.
Um ponto que gostei muito neste capitulo foi a
diferenciação entre o Trivium formal e o Trivium aplicado, que eu ainda não
tinha compreendido completamente. Sendo que o Trivium formal é um modelo
educacional quando que o Trivium aplicado é um método de ensino, onde são vistos
os fatos, as teorias e a prática de cada matéria a ser estudada.
No decorrer do capitulo fui levada a questionar quais
os meus objetivos quanto ao direcionamento a ser dada à educação dos meus
filhos e a olhar de forma mais crítica minhas motivações. Na ânsia de mostrar a
todos que a educação domiciliar é o melhor caminho para a educação de uma
criança e que estamos seguros de estarmos tomando a decisão correta, percebi em
mim o desejo de levar meu filho a evoluir em alguns quesitos, mesmo que
precocemente e pelos motivos errados. Tristemente me vi na descrição dos pais
compulsivos ou dos pais exibicionistas e cheios de expectativas, exigindo do
meu filho um comportamento que não é condizente com sua idade.
Tem sido difícil trilhar esse caminho tateando sempre
as escuras, sem saber bem qual caminho tomar no próximo passo, mas em todos os
momentos percebo a mão de Deus se estendendo e salvaguardando meus filhos de
minhas ignorâncias, lançando luzes em meus erros e despertando em meu coração a
sede pelo acerto.
“É certo que nunca devemos desestimular uma criança. Porém, tampouco devemos forçar excessivamente o ensino formal até um ponto de estresse ou frustração.”
Conforme fui lendo este livro, fui também
desacelerando nas exigências, valorizando as conquistas e incentivando-o nas
dificuldades. Quero acender muitas fogueiras na vida dos meus filhos e tentarei
com todas as forças não afoga-los com baldes transbordantes de conteúdos. Que o
Senhor me ajude!
Abraço fraterno,
Maya

