quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 1

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 1
Livro 1 - Generalidades sobre a Educação
A educação em Geral / Os educadores (até pág. 45)



“Educar é enobrecer. Enobrecer uma criança é tornar uma alma de criança tão indecisa e indistinta, quase vizinha do nada e guia-la por ascensões sucessivas, às regiões luminosas da verdade, às mais altas regiões da virtude.”

A verdade é imutável e sobrevive ao tempo. Um livro escrito em 1917, exatos 100 anos atrás e que nos cala com os tantos ensinamentos e verdades que nos traz. Em se tratando do necessário para se educar e formar um homem nada mudou. A cada dia surgem novas teorias, métodos milagrosos que prometem um filho perfeito com pouco esforço, entretanto o que era essencial há 100 anos continua o sendo agora. O que mudou foram os desafios a serem superados para incutir na criança uma verdadeira educação, uma educação que as elevem, que as faça almejar o céu, porém os meios para se conseguir são os mesmos.

Afinal, o que vem a ser este educar? Segundo o Abade René educar é fazer que alguém se desentranhe de si mesmo, fazer de uma criança um homem, dum cristão um santo, um eleito. Ler esta definição me fez tremer diante da tamanha responsabilidade que tenho a frente. Como levar meus filhos a serem o que ainda não sou? Como guiá-los por caminhos que ainda não passei? Só me resta contar com a Misericórdia e a Graça de Deus, que não abandona nem deixa sem resposta aqueles que O buscam e me lançar nos estudos, contando que a sabedoria de Deus irá me guiar, fazendo com que eu seja educada agora juntamente com as crianças que Ele mesmo me confiou.





“A criança não é um vaso a encher, mas uma alma a enobrecer.”

Durante a leitura desta primeira parte me recordei do livro ‘A educação dos filhos’ do Monsenhor Álvaro Negromonte que nos ensina uma educação integral, onde se eduque não apenas o corpo, mas a mente e a alma, formando assim o homem como um todo. O Catecismo da Educação também nos chama a atenção quanto à importância de se formar o homem por completo, não bastando dar bons conteúdos se estes não são recebidos por corações e mentes virtuosos e voltados para Deus.

Como muitas pessoas, eu tinha as ‘boas maneiras’ em grande conta no quesito educação, e busco incuti-las em meus filhos, mas o catecismo da educação me fez ver que de nada adianta ensinar boas maneiras a uma criança se não incutir em seus corações as virtudes e o conhecimento de Deus. Isso as fará pessoas polidas, mas vazias. Pode-se de uma forma educada desprezar o outro que passa necessidade ou muito educadamente viver uma vida de vícios. O ensino das boas maneiras é necessário, porém antes se deve preparar o terreno com as sementes das virtudes e do amor a Deus.

“A educação tomada na sua acepção completa, abrange o homem todo, o seu corpo e a sua alma.”

Após a definição do que vem a ser educação o Abade René explica por que a educação é um dever, especialmente dos pais. Ele nos diz: ‘Porque a educação é para os pais o único meio de cumprirem a lei de Deus, que lhes pedirá contas do depósito que lhes confiou.’ Claro que o pais podem contar com a colaboração de outros, como do sacerdote, dos avós, do professor, sendo aquela que não pode faltar, a ajuda de Deus, que esta sempre vindo em socorro de nossas fraquezas.

Quando li sobre o papel da mãe e sobre o quanto ela pode ser determinante no que o filho se tornará quando homem, fiquei a pensar em como tenho sido como mãe, em como tenho rezado pouco pela santificação dos meus filhos, nas minhas falhas com mãe educadora. Foi inquietante ler que ‘Depois de Deus, a obreira mais importante na educação cristã é a mãe, é dela que depende o futuro do seu filho, é ela que pode fazer dele um Abel ou um Caim.’ Como perceber o limite que separa e determina um Abel cheio de virtudes e de amor a Deus, de um Caim cheio de orgulho, preguiça, desdém e que enxerga a Deus como Aquele que pode ficar com o resto? Como uma mãe pode trabalhar para evitar que cresça em seus filhos sentimentos tão danosos? Poderá ela fazer algo? Tratou Eva Caim diferente de Abel? Eva os deu ensinamentos diferentes? Foi capaz de amar mais a um que ao outro? Enfim, são questionamentos que me fiz, mas fiquei sem respostas.

É o filho que salva a mãe.” MGR Rozier, A arte de ser mãe

  A cada leitura, a cada dia que passa, a certeza que me vem ao coração é que de fato, Deus me possibilitou a maternidade por me amar e por desejar suscitar em mim um desejo de santidade, a mesma santidade a qual Ele me chamava constantemente, mas para o qual eu não dava resposta. Foi ao me tornar mãe que O ouvi e O desejei. Foi através do desejo de levar meus filhos ao céu que me vi impelida a buscá-lo também para mim. E para isso tem sido necessário me deixar ser remodelada pelas mãos amorosas de Deus, me deixar ser educada pela nossa Mãe Maria Santíssima, me deixar ser ensinada a como ser uma mulher, uma esposa, uma mãe e uma serva de Deus.

Amar a criança e fazer-se amar por ela, será sempre o grande segredo da educação.”

                         Iniciei este ano de educação domiciliar cheia de certezas e conforme os dias foram passando vi muitas delas irem por terra. Tomei consciência da minha ignorância e de quão grande era a necessidade de estudos, leituras, conversa com outras famílias, o quanto preciso estar aos pés da cruz para conseguir trilhar este caminho.  Amar, amar e amar... Quando tudo parece dar errado é que mais preciso amar... Amar suas fragilidades, seus choros, suas resistências... Dar-lhes colo! Meus filhos precisam mais de uma mãe do que de uma professora. Se não amá-los muito, exceto pelo local, nada será diferente das escolas. E foi isso que mais se fixou em meu coração nesta primeira parte do Catecismo da educação. A harmonia entre os pais, um ambiente de carinho, de acolhimento, de tranquilidade, que transmita ao coração dos nossos filhos a segurança de que precisam para crescerem. Bons exemplos para seguirem e a lembrança constante da presença de Deus em nossos dias. Tendo isto, ‘tudo o mais será acrescentado’. A matemática, a gramática, as ciências, tudo fluirá em suas mentes, pois estarão abastecidos daquilo que mais anseiam.

Abraço fraterno,

Maya


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

TEACHING FROM REST – Sarah Mackenzie – Parte 2

TEACHING FROM REST – Sarah Mackenzie – Parte 2


“Curriculum não é algo que compramos. É algo que ensinamos, algo que encarnamos. Algo que nós amamos!”

Sabe aquela sensação de resposta a uma prece? Pois é, exatamente esta a sensação que tive ao iniciar a leitura deste livro. Parecia que cada palavra havia sido escrita pensando nas dificuldades que eu vivo agora. Creio que como a maioria das mães educadoras, que praticam a educação domiciliar, um dos maiores obstáculos é ter a tranquilidade de que está realizando um bom trabalho. A formação do curriculum se torna quase uma obsessão, nos tomando muito tempo entre pesquisas, leituras, conversas entre mães, analises de currículos prontos, sem contar a quantidade de vezes que o modificamos, sempre acrescentando algo que julgamos ser essencial para a formação de nossos filhos e que, por conseguinte é também imprescindível para o curriculum.

No entanto, as alterações são sempre para acrescentar algo, tornar o curriculum mais gordo e pesado e quando a parte prática se inicia este mesmo curriculum, que a princípio se apresentava tão maravilhosamente completo e o plano perfeito para mais uma etapa de ensino, logo se torna uma pedra em nosso sapato. A aplicação de todas aquelas maravilhas acadêmicas a que nos propusemos quando o formulamos se torna uma missão impossível e uma fonte de frustração e preocupação constante. O curriculum que serviria para nos auxiliar, nos orientar, torna-se rapidamente nosso carrasco e maior acusador, apontando a todo o momento o quanto estamos sendo ineficientes na educação domiciliar.

Esquecemo-nos facilmente que este deve estar a nosso serviço, que foi criado para ser auxilio e não nosso mestre e senhor, ao qual jamais se deve contrariar ou desobedecer. Em meio às preocupações demasiadas com ‘o que ensinar’ deixa-se de lado o mais importante, o ‘como ensinar’. Uma vez que estamos em constante agitação torna-se impossível preparar um ambiente de tranquilidade para nossos filhos. Deixamos de lado os abraços, os elogios, os beijos, o olho no olho, pois não há tempo para tal. E desta forma, o que seria imprescindível para um dia de estudos de uma família educadora, acaba sendo deixado de lado. O maior desejo de nossos filhos não esta em aprender e saber bem mais que o coleguinha ou vizinho, mas sim em se tornar como ‘o papai’ e ‘a mamãe’. Sim, somos a fonte de inspiração para nossos filhos. Somos responsáveis pela paz em seus coraçõezinhos, fonte de sua felicidade imediata. Se a criança tem dificuldade em assimilar um conteúdo, não nos cabe enche-lo de reprimendas ou mais exercícios, mas em olhar em seus olhos e buscar entender. Buscar novos meios, mesmo que demore muito tempo e que o esplêndido curriculum elaborado inicialmente tenha que ser posto um pouco de lado.


“O recurso será nosso servo e não nosso mestre!”

Na segunda parte deste livro Sarah Mackenzie nos mostra maneiras de como simplificar o curriculum. No entanto, se mesmo assim surgir a dúvida quanto a deixar ou não algo no curriculum, ela recomenda que seja aplicado um filtro que ajudará a clarear as ideias: “Se algo em pauta não promove o calor, a conversa ou a contemplação do que é bom, verdadeiro e belo, então pode precisar sair do curriculum.”

As cinco maneiras de simplificar um curriculum são:
1.       Faça menos: Priorize a qualidade do que esta sendo ensinado e não a quantidade. Do contrário, seus filhos receberam ‘uma pesquisa de tudo e domínio de nada’. Atenha-se ao que realmente importa.
2.       Integrar: Buscar integrar os assuntos. Por exemplo: A leitura em voz alta com a história; Os trabalhos manuais (arte) com a geografia, etc.
3.       Compreenda que os recursos (livros, materiais) têm suas limitações.
4.       Tempo para avaliar e reavaliar: Se planeje para que de tempos em tempos os estudos recebam uma pausa, de modo que você possa avaliar o que foi aplicado ou não e se é necessário modificações. Ex: 6 semanas de estudos x 1 semana de descanso.
5.       Lembre-se do ponto: Tenha sempre em mente qual o objetivo, a meta da educação que desejam dar aos filhos e se deixe guiar por ela.

Outra dica da qual gostei muito e quero deixar aqui registrada é a utilização do que ela chama de ‘looping’, que seria nada mais do que não determinar um dia fixo para o estudo de uma determinada matéria, ou seja, não atribuir uma tarefa a um determinado dia da semana, mas sim criar uma lista de tarefas, uma ordem em que estas devem acontecer, independentemente do dia e seguir esta ordem. Desta maneira mesmo que ocorram contratempos (uma saída não planejada, uma visita inesperada, um filho doente) estas tarefas poderão ser retomadas no dia seguinte a partir do ponto em que parou não ficando nenhum ponto do planejamento prejudicado, pois independente do dia, este acontecerá obedecendo a ordem determinada.

Outro ponto importante na formação de um curriculum é o conhecimento do tempo disponível para os estudos diários. Para isso retire das 24 horas os tempos não negociáveis (dormir, comer, banho, oração, etc) e o que sobrar é o que terá para trabalhar e planejar a rotina diária. No entanto, é preciso manter uma margem, ou seja, planeje para apenas 80% do tempo disponível, deixando assim uma margem para os pequenos atrasos. São detalhes como estes que nos auxiliarão a viver uma educação domiciliar com uma ‘paz inabalável’ como nos diz Sarah.


Ainda não finalizei a leitura do livro, mas este já faz grande diferença em meus dias como mãe educadora. Esta leitura tem clareado meus pensamentos, aumentado minha confiança na ação de Deus em nossa rotina e no aprendizado dos nossos filhos, me encaminhando por um caminho de descanso em Deus, tornando o ambiente mais tranquilo, sem exigências constantes e sem a impressão de estar sempre atrasada, seja com os estudos ou com as atividades rotineiras de uma dona de casa com filhos pequenos. Hoje sei que fazemos ‘a coisa certa, na hora certa’.

Abraço fraterno,

Maya

domingo, 12 de novembro de 2017

TEACHING FROM REST – Sarah Mackenzie – Parte 1

TEACHING FOR REST – Sarah Mackenzie
Parte 1
“A coisa mais importante que uma mãe homescholling pode fazer é ensinar a partir de um estado de repouso/descanso.”

Ao iniciar a leitura deste livro fiquei maravilhada logo nas primeiras linhas, ainda no prefácio. Talvez pelo momento de rotina tumultuada, a frustração das expectativas criadas e não alcançadas na aplicação do currículo criado por mim para um ano já findando, ou ainda pela necessidade de ser bem sucedida na educação acadêmica de nosso filho. Uma visão de sucesso que foi devidamente reordenada a partir da leitura deste livro. A questão é que desde o início o livro foi apresentando todas essas falhas, toda esta ansiedade e pondo por terra muitas das convicções que eu tinha até então sobre como conduzir nosso homescholling.

De fato, a educação domiciliar serve primeiramente aos pais. Somos nós que estamos constantemente aprendendo, vendo nossos vasos de ‘conhecimento e sabedoria’, que supostamente tínhamos, serem quebrados pela ação da Graça Divina e nos vendo ser moldados novamente na Misericórdia do Senhor.

A rotina de uma casa onde a educação domiciliar existe é e precisa ser totalmente diferente das demais famílias. As prioridades são outras, a forma de execução das tarefas, mesmo aquelas simples e rotineiras, ocorre de forma diversa. A necessidade de conciliação das tarefas domésticas, preparação de materiais, estudos, saídas planejadas (missa, consultas médicas, supermercados, etc) e não planejadas (emergências e imprevistos em geral) podem tornar o dia a dia uma luta constante, especialmente se a pretensão da família é uma rotina de estudos engessada como nas escolas, com metas e horários rígidos. Desta maneira, a educação domiciliar pode passar a ser um fardo excessivamente pesado causando todo o tipo de efeito diverso do esperado.

As mães educadoras tem a missão especial de tornar o ensino leve, onde o aprendiz queira aprender, queira praticar, busque o conhecimento, no entanto, ela jamais obterá sucesso se não pratica o ‘descanso’ do qual se fala neste livro.

“O descanso, portanto, não é a ausência de trabalho ou a falta de consideração e realização de um plano.”

O descanso do qual se fala no livro não é se estirar no sofá ou numa rede e deixar a vida seguir seu curso sem preocupação alguma, mas sim a firme confiança de que Deus age em nossa pequenez e insignificância. Que se trilharmos o caminho que Ele nos indica no evangelho e na Santa tradição, se O buscarmos tudo o mais nos será acrescentado. Ensinar no descanso é uma forma diferente do dizer: ‘Faça sua parte, que Eu te ajudarei’. Ele nada mais nos pede do que a fé nos resultados que Ele quer para a vida de nossos filhos. Que aceitemos seus desígnios, que nos resignemos às cruzes diárias que nos são impostas, seja num mal estar, numa doença, numa dificuldade financeira, num comportamento rebelde dos filhos, num cansaço dos trabalhos domésticos, nas ocasiões onde o lado decaído do ser humano fala mais alto, enfim, que aceitemos nossas limitações diárias e descansemos em Seus braços amorosos. O desejo de Deus é que caminhemos sempre para Ele.



“Alguns dias que sinto como tendo que alimentar cinco mil pessoas, mas Ele não está me pedindo para alimentar cinco mil pessoas; Ele só quer que eu traga minha cesta de pães e peixes e coloque aos Seus pés.”




É preciso, sim, que tenhamos um currículo, que saibamos o ‘que’ e ‘quando’ ensinar a nossos filhos, o descanso não é o desleixo. No entanto, não podemos nos permitir ser escravizados por este mesmo currículo, deixando de ensinar a nossos filhos virtudes como a fé, a fidelidade a Deus, a oração, em detrimento da busca de resultados puramente acadêmicos.

A rotina da família educadora deve ser permeada da presença de Deus, do esforço na busca das virtudes, na mortificação em favor do outro, da cooperação, do respeito mutuo, tendo isto os resultados acadêmicos se tornarão simples consequência. É o construir de uma catedral, onde o resultado final, a catedral pronta e edificada, a obra prima não será vista por aqueles que nela muito trabalharam. A colheita dos frutos de uma educação verdadeiramente cristã pode não ser vista agora, no entanto, é um trabalho que por certo  renderá muitos e belos frutos. O mortificar de um pai e de uma mãe em detrimento da formação cristã de seus filhos, jamais será em vão.


Este livro é para ser lido e relido muitas vezes, para assimilar os tantos ensinamentos que ele nos traz, sendo um dos que mais me marcou a necessidade da oração para a mãe educadora. O se colocar a todo o momento na presença de Deus, através de ejaculatórias, pequenas orações e meditações, principalmente naqueles dias em que tudo parece estar fora de lugar. É nestes momentos em que mais devemos ‘descansar’, levar nossos cestos à presença de Deus, pelas mãos de Nossa Senhora e descansar. Confiar que Ele cuida de tudo, inclusive e especialmente de nossas limitações.

Abraço fraterno,

Maya

sábado, 4 de novembro de 2017

Escola sem Deus


ESCOLA SEM DEUS - Monsenhor de Segúr

“A educação sem Deus, a educação materialista mata o espirito e tudo o que se refere à alma imortal.”

Logo no inicio o autor faz um questionamento que, na verdade, resume toda a mensagem do livro: “A escola onde enviamos nossos filhos para receberem a instrução primária, deve ser cristã e ajudar assim a igreja a formar cristãos, ou não deve ocupar-se para nada da religião e deixar este cuidado exclusivamente ao sacerdote e aos pais? A escola deve ser cristã ou deve ser sem religião?”.

Inicialmente, ao ler este questionamento e tendo em mente apenas os valores ou contra valores reinante na sociedade atual, alguns pais, mesmo aqueles cristãos, podem dizer: Sim, melhor uma escola que se ocupe apenas com a instrução acadêmica e deixe a religião com a igreja. Não seria de admirar ouvir os pais dizerem isso em nossos tempos.  Provavelmente o diriam ignorando todo o mal que estariam fazendo às almas daqueles que lhe foram confiados. Os pais estão tão preocupados em tornar seus filhos bem sucedidos no plano material que estão deixando completamente de lado a formação de suas almas, deixando que pessoas que não conhecem, não acreditam e não temem a Deus influenciem seus filhos de forma definitiva, tornando-os ateus ou cristãos mornos, sem conhecimento da própria fé e da doutrina da igreja.

A presença da religião e da igreja numa escola ou mesmo na educação domiciliar possibilita à criança aprender e assimilar ensinamentos como respeito ao mestre (a autoridade), amor ao dever, obediência, constância, esforço, abnegação, etc. Como o autor mesmo diz: “A escola cristã não forma cidadãos. Ela forma cristãos e por consequência bons cidadãos: homens honrados, mulheres virtuosas e devotas ao lar e à família.” Já a falta dela forma um povo corrompido e feroz, resultando na anarquia.

“Para a família, assim como a igreja e a sociedade, a escola sem Deus, a escola sem o crucifixo e sem orações é a ruína e a perdição.”

Fico a me questionar, qual seria a reação deste autor se pudesse ver as escolas, mesmo as que se dizem cristãs, nos dias de hoje? Ainda diria que a escola é a melhor escolha, em detrimento da educação dada pela família? Mesmo que esta não “deixasse suficiente liberdade a tão esmerados cuidados”? Creio que não. Este livro veio reafirmar para mim, mais uma vez, que se o meu objetivo é cumprir o mandato de Deus para a educação e formação dos filhos que Ele me confiou, o cuidado com suas almas e o dever de levá-los a buscar a eternidade, é impossível confia-los às escolas, mesmo que eu não possa me esmerar no ensino acadêmico como gostaria ou deveria.

“Quantos combates e artifícios e inquietações para a formação do menino. A vida de uma terna mãe se esgota nessas lutas de amor e a autoridade paterna tem necessidade de intervir frequentemente com energia.”

De fato, não é fácil a rotina de uma família que opta pela educação domiciliar, em especial da mãe, que por vezes opta por sair do mercado de trabalho para dedicar-se exclusivamente à família. Administrar os cuidados da casa, os cuidados com os filhos pequenos, os imprevistos que surgem cotidianamente, com a educação formal das crianças (pesquisas, estudos, cursos, preparação de material e a aplicação do conteúdo propriamente dito), requer um esforço quase sobre humano. Requer que queiramos abraçar a cruz que nos foi confiada, beijá-la, amá-la e seguir confiante de que a Graça e Misericórdia de Deus nos alcançará, virá ao nosso socorro e nos fortalecerá.

“Pais de família, cuidai mui seriamente da educação que procurais para vossos filhos: disso dependerá a felicidade futura da juventude e por conseguinte, da sociedade.”

Encerro este resumo com as palavras de Nosso Senhor que nos diz: “34b Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 35.Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. 36.Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? (Mc 8, 34b-36)”


 Abraço fraterno,

Maya