TEACHING FOR REST – Sarah Mackenzie
Parte 1
“A
coisa mais importante que uma mãe homescholling pode fazer é ensinar a partir
de um estado de repouso/descanso.”
Ao iniciar a leitura deste livro fiquei
maravilhada logo nas primeiras linhas, ainda no prefácio. Talvez pelo momento
de rotina tumultuada, a frustração das expectativas criadas e não alcançadas na
aplicação do currículo criado por mim para um ano já findando, ou ainda pela
necessidade de ser bem sucedida na educação acadêmica de nosso filho. Uma visão
de sucesso que foi devidamente reordenada a partir da leitura deste livro. A
questão é que desde o início o livro foi apresentando todas essas falhas, toda
esta ansiedade e pondo por terra muitas das convicções que eu tinha até então sobre
como conduzir nosso homescholling.
De fato, a educação domiciliar serve
primeiramente aos pais. Somos nós que estamos constantemente aprendendo, vendo nossos
vasos de ‘conhecimento e sabedoria’, que supostamente tínhamos, serem quebrados
pela ação da Graça Divina e nos vendo ser moldados novamente na Misericórdia do
Senhor.
A rotina de uma casa onde a educação
domiciliar existe é e precisa ser totalmente diferente das demais famílias. As
prioridades são outras, a forma de execução das tarefas, mesmo aquelas simples
e rotineiras, ocorre de forma diversa. A necessidade de conciliação das tarefas
domésticas, preparação de materiais, estudos, saídas planejadas (missa,
consultas médicas, supermercados, etc) e não planejadas (emergências e
imprevistos em geral) podem tornar o dia a dia uma luta constante,
especialmente se a pretensão da família é uma rotina de estudos engessada como
nas escolas, com metas e horários rígidos. Desta maneira, a educação domiciliar
pode passar a ser um fardo excessivamente pesado causando todo o tipo de efeito
diverso do esperado.
As mães educadoras tem a missão especial de
tornar o ensino leve, onde o aprendiz queira aprender, queira praticar, busque
o conhecimento, no entanto, ela jamais obterá sucesso se não pratica o ‘descanso’
do qual se fala neste livro.
“O
descanso, portanto, não é a ausência de trabalho ou a falta de consideração e
realização de um plano.”
O descanso do qual se fala no livro não é
se estirar no sofá ou numa rede e deixar a vida seguir seu curso sem
preocupação alguma, mas sim a firme confiança de que Deus age em nossa pequenez
e insignificância. Que se trilharmos o caminho que Ele nos indica no evangelho
e na Santa tradição, se O buscarmos tudo o mais nos será acrescentado. Ensinar
no descanso é uma forma diferente do dizer: ‘Faça sua parte, que Eu te ajudarei’.
Ele nada mais nos pede do que a fé nos resultados que Ele quer para a vida de
nossos filhos. Que aceitemos seus desígnios, que nos resignemos às cruzes diárias
que nos são impostas, seja num mal estar, numa doença, numa dificuldade
financeira, num comportamento rebelde dos filhos, num cansaço dos trabalhos
domésticos, nas ocasiões onde o lado decaído do ser humano fala mais alto,
enfim, que aceitemos nossas limitações diárias e descansemos em Seus braços
amorosos. O desejo de Deus é que caminhemos sempre para Ele.
“Alguns
dias que sinto como tendo que alimentar cinco mil pessoas, mas Ele não está me pedindo
para alimentar cinco mil pessoas; Ele só quer que eu traga minha cesta de pães
e peixes e coloque aos Seus pés.”
É preciso, sim, que tenhamos um currículo,
que saibamos o ‘que’ e ‘quando’ ensinar a nossos filhos, o descanso não é o
desleixo. No entanto, não podemos nos permitir ser escravizados por este mesmo currículo,
deixando de ensinar a nossos filhos virtudes como a fé, a fidelidade a Deus, a
oração, em detrimento da busca de resultados puramente acadêmicos.
A rotina da família educadora deve ser
permeada da presença de Deus, do esforço na busca das virtudes, na mortificação
em favor do outro, da cooperação, do respeito mutuo, tendo isto os resultados acadêmicos
se tornarão simples consequência. É o construir de uma catedral, onde o
resultado final, a catedral pronta e edificada, a obra prima não será vista por
aqueles que nela muito trabalharam. A colheita dos frutos de uma educação
verdadeiramente cristã pode não ser vista agora, no entanto, é um trabalho que
por certo renderá muitos e belos frutos.
O mortificar de um pai e de uma mãe em detrimento da formação cristã de seus
filhos, jamais será em vão.
Este livro é para ser lido e relido muitas
vezes, para assimilar os tantos ensinamentos que ele nos traz, sendo um dos que
mais me marcou a necessidade da oração para a mãe educadora. O se colocar a
todo o momento na presença de Deus, através de ejaculatórias, pequenas orações
e meditações, principalmente naqueles dias em que tudo parece estar fora de
lugar. É nestes momentos em que mais devemos ‘descansar’, levar nossos cestos à
presença de Deus, pelas mãos de Nossa Senhora e descansar. Confiar que Ele
cuida de tudo, inclusive e especialmente de nossas limitações.
Abraço fraterno,
Maya

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