domingo, 12 de novembro de 2017

TEACHING FROM REST – Sarah Mackenzie – Parte 1

TEACHING FOR REST – Sarah Mackenzie
Parte 1
“A coisa mais importante que uma mãe homescholling pode fazer é ensinar a partir de um estado de repouso/descanso.”

Ao iniciar a leitura deste livro fiquei maravilhada logo nas primeiras linhas, ainda no prefácio. Talvez pelo momento de rotina tumultuada, a frustração das expectativas criadas e não alcançadas na aplicação do currículo criado por mim para um ano já findando, ou ainda pela necessidade de ser bem sucedida na educação acadêmica de nosso filho. Uma visão de sucesso que foi devidamente reordenada a partir da leitura deste livro. A questão é que desde o início o livro foi apresentando todas essas falhas, toda esta ansiedade e pondo por terra muitas das convicções que eu tinha até então sobre como conduzir nosso homescholling.

De fato, a educação domiciliar serve primeiramente aos pais. Somos nós que estamos constantemente aprendendo, vendo nossos vasos de ‘conhecimento e sabedoria’, que supostamente tínhamos, serem quebrados pela ação da Graça Divina e nos vendo ser moldados novamente na Misericórdia do Senhor.

A rotina de uma casa onde a educação domiciliar existe é e precisa ser totalmente diferente das demais famílias. As prioridades são outras, a forma de execução das tarefas, mesmo aquelas simples e rotineiras, ocorre de forma diversa. A necessidade de conciliação das tarefas domésticas, preparação de materiais, estudos, saídas planejadas (missa, consultas médicas, supermercados, etc) e não planejadas (emergências e imprevistos em geral) podem tornar o dia a dia uma luta constante, especialmente se a pretensão da família é uma rotina de estudos engessada como nas escolas, com metas e horários rígidos. Desta maneira, a educação domiciliar pode passar a ser um fardo excessivamente pesado causando todo o tipo de efeito diverso do esperado.

As mães educadoras tem a missão especial de tornar o ensino leve, onde o aprendiz queira aprender, queira praticar, busque o conhecimento, no entanto, ela jamais obterá sucesso se não pratica o ‘descanso’ do qual se fala neste livro.

“O descanso, portanto, não é a ausência de trabalho ou a falta de consideração e realização de um plano.”

O descanso do qual se fala no livro não é se estirar no sofá ou numa rede e deixar a vida seguir seu curso sem preocupação alguma, mas sim a firme confiança de que Deus age em nossa pequenez e insignificância. Que se trilharmos o caminho que Ele nos indica no evangelho e na Santa tradição, se O buscarmos tudo o mais nos será acrescentado. Ensinar no descanso é uma forma diferente do dizer: ‘Faça sua parte, que Eu te ajudarei’. Ele nada mais nos pede do que a fé nos resultados que Ele quer para a vida de nossos filhos. Que aceitemos seus desígnios, que nos resignemos às cruzes diárias que nos são impostas, seja num mal estar, numa doença, numa dificuldade financeira, num comportamento rebelde dos filhos, num cansaço dos trabalhos domésticos, nas ocasiões onde o lado decaído do ser humano fala mais alto, enfim, que aceitemos nossas limitações diárias e descansemos em Seus braços amorosos. O desejo de Deus é que caminhemos sempre para Ele.



“Alguns dias que sinto como tendo que alimentar cinco mil pessoas, mas Ele não está me pedindo para alimentar cinco mil pessoas; Ele só quer que eu traga minha cesta de pães e peixes e coloque aos Seus pés.”




É preciso, sim, que tenhamos um currículo, que saibamos o ‘que’ e ‘quando’ ensinar a nossos filhos, o descanso não é o desleixo. No entanto, não podemos nos permitir ser escravizados por este mesmo currículo, deixando de ensinar a nossos filhos virtudes como a fé, a fidelidade a Deus, a oração, em detrimento da busca de resultados puramente acadêmicos.

A rotina da família educadora deve ser permeada da presença de Deus, do esforço na busca das virtudes, na mortificação em favor do outro, da cooperação, do respeito mutuo, tendo isto os resultados acadêmicos se tornarão simples consequência. É o construir de uma catedral, onde o resultado final, a catedral pronta e edificada, a obra prima não será vista por aqueles que nela muito trabalharam. A colheita dos frutos de uma educação verdadeiramente cristã pode não ser vista agora, no entanto, é um trabalho que por certo  renderá muitos e belos frutos. O mortificar de um pai e de uma mãe em detrimento da formação cristã de seus filhos, jamais será em vão.


Este livro é para ser lido e relido muitas vezes, para assimilar os tantos ensinamentos que ele nos traz, sendo um dos que mais me marcou a necessidade da oração para a mãe educadora. O se colocar a todo o momento na presença de Deus, através de ejaculatórias, pequenas orações e meditações, principalmente naqueles dias em que tudo parece estar fora de lugar. É nestes momentos em que mais devemos ‘descansar’, levar nossos cestos à presença de Deus, pelas mãos de Nossa Senhora e descansar. Confiar que Ele cuida de tudo, inclusive e especialmente de nossas limitações.

Abraço fraterno,

Maya

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