quarta-feira, 22 de novembro de 2017

TEACHING FROM REST – Sarah Mackenzie – Parte 2

TEACHING FROM REST – Sarah Mackenzie – Parte 2


“Curriculum não é algo que compramos. É algo que ensinamos, algo que encarnamos. Algo que nós amamos!”

Sabe aquela sensação de resposta a uma prece? Pois é, exatamente esta a sensação que tive ao iniciar a leitura deste livro. Parecia que cada palavra havia sido escrita pensando nas dificuldades que eu vivo agora. Creio que como a maioria das mães educadoras, que praticam a educação domiciliar, um dos maiores obstáculos é ter a tranquilidade de que está realizando um bom trabalho. A formação do curriculum se torna quase uma obsessão, nos tomando muito tempo entre pesquisas, leituras, conversas entre mães, analises de currículos prontos, sem contar a quantidade de vezes que o modificamos, sempre acrescentando algo que julgamos ser essencial para a formação de nossos filhos e que, por conseguinte é também imprescindível para o curriculum.

No entanto, as alterações são sempre para acrescentar algo, tornar o curriculum mais gordo e pesado e quando a parte prática se inicia este mesmo curriculum, que a princípio se apresentava tão maravilhosamente completo e o plano perfeito para mais uma etapa de ensino, logo se torna uma pedra em nosso sapato. A aplicação de todas aquelas maravilhas acadêmicas a que nos propusemos quando o formulamos se torna uma missão impossível e uma fonte de frustração e preocupação constante. O curriculum que serviria para nos auxiliar, nos orientar, torna-se rapidamente nosso carrasco e maior acusador, apontando a todo o momento o quanto estamos sendo ineficientes na educação domiciliar.

Esquecemo-nos facilmente que este deve estar a nosso serviço, que foi criado para ser auxilio e não nosso mestre e senhor, ao qual jamais se deve contrariar ou desobedecer. Em meio às preocupações demasiadas com ‘o que ensinar’ deixa-se de lado o mais importante, o ‘como ensinar’. Uma vez que estamos em constante agitação torna-se impossível preparar um ambiente de tranquilidade para nossos filhos. Deixamos de lado os abraços, os elogios, os beijos, o olho no olho, pois não há tempo para tal. E desta forma, o que seria imprescindível para um dia de estudos de uma família educadora, acaba sendo deixado de lado. O maior desejo de nossos filhos não esta em aprender e saber bem mais que o coleguinha ou vizinho, mas sim em se tornar como ‘o papai’ e ‘a mamãe’. Sim, somos a fonte de inspiração para nossos filhos. Somos responsáveis pela paz em seus coraçõezinhos, fonte de sua felicidade imediata. Se a criança tem dificuldade em assimilar um conteúdo, não nos cabe enche-lo de reprimendas ou mais exercícios, mas em olhar em seus olhos e buscar entender. Buscar novos meios, mesmo que demore muito tempo e que o esplêndido curriculum elaborado inicialmente tenha que ser posto um pouco de lado.


“O recurso será nosso servo e não nosso mestre!”

Na segunda parte deste livro Sarah Mackenzie nos mostra maneiras de como simplificar o curriculum. No entanto, se mesmo assim surgir a dúvida quanto a deixar ou não algo no curriculum, ela recomenda que seja aplicado um filtro que ajudará a clarear as ideias: “Se algo em pauta não promove o calor, a conversa ou a contemplação do que é bom, verdadeiro e belo, então pode precisar sair do curriculum.”

As cinco maneiras de simplificar um curriculum são:
1.       Faça menos: Priorize a qualidade do que esta sendo ensinado e não a quantidade. Do contrário, seus filhos receberam ‘uma pesquisa de tudo e domínio de nada’. Atenha-se ao que realmente importa.
2.       Integrar: Buscar integrar os assuntos. Por exemplo: A leitura em voz alta com a história; Os trabalhos manuais (arte) com a geografia, etc.
3.       Compreenda que os recursos (livros, materiais) têm suas limitações.
4.       Tempo para avaliar e reavaliar: Se planeje para que de tempos em tempos os estudos recebam uma pausa, de modo que você possa avaliar o que foi aplicado ou não e se é necessário modificações. Ex: 6 semanas de estudos x 1 semana de descanso.
5.       Lembre-se do ponto: Tenha sempre em mente qual o objetivo, a meta da educação que desejam dar aos filhos e se deixe guiar por ela.

Outra dica da qual gostei muito e quero deixar aqui registrada é a utilização do que ela chama de ‘looping’, que seria nada mais do que não determinar um dia fixo para o estudo de uma determinada matéria, ou seja, não atribuir uma tarefa a um determinado dia da semana, mas sim criar uma lista de tarefas, uma ordem em que estas devem acontecer, independentemente do dia e seguir esta ordem. Desta maneira mesmo que ocorram contratempos (uma saída não planejada, uma visita inesperada, um filho doente) estas tarefas poderão ser retomadas no dia seguinte a partir do ponto em que parou não ficando nenhum ponto do planejamento prejudicado, pois independente do dia, este acontecerá obedecendo a ordem determinada.

Outro ponto importante na formação de um curriculum é o conhecimento do tempo disponível para os estudos diários. Para isso retire das 24 horas os tempos não negociáveis (dormir, comer, banho, oração, etc) e o que sobrar é o que terá para trabalhar e planejar a rotina diária. No entanto, é preciso manter uma margem, ou seja, planeje para apenas 80% do tempo disponível, deixando assim uma margem para os pequenos atrasos. São detalhes como estes que nos auxiliarão a viver uma educação domiciliar com uma ‘paz inabalável’ como nos diz Sarah.


Ainda não finalizei a leitura do livro, mas este já faz grande diferença em meus dias como mãe educadora. Esta leitura tem clareado meus pensamentos, aumentado minha confiança na ação de Deus em nossa rotina e no aprendizado dos nossos filhos, me encaminhando por um caminho de descanso em Deus, tornando o ambiente mais tranquilo, sem exigências constantes e sem a impressão de estar sempre atrasada, seja com os estudos ou com as atividades rotineiras de uma dona de casa com filhos pequenos. Hoje sei que fazemos ‘a coisa certa, na hora certa’.

Abraço fraterno,

Maya

Nenhum comentário:

Postar um comentário