TEACHING FROM REST – Sarah Mackenzie – Parte
2
“Curriculum não é algo que compramos. É algo que ensinamos, algo que encarnamos. Algo que nós amamos!”
Sabe aquela sensação de resposta a uma
prece? Pois é, exatamente esta a sensação que tive ao iniciar a leitura deste
livro. Parecia que cada palavra havia sido escrita pensando nas dificuldades
que eu vivo agora. Creio que como a maioria das mães educadoras, que praticam a
educação domiciliar, um dos maiores obstáculos é ter a tranquilidade de que
está realizando um bom trabalho. A formação do curriculum se torna quase uma
obsessão, nos tomando muito tempo entre pesquisas, leituras, conversas entre mães,
analises de currículos prontos, sem contar a quantidade de vezes que o
modificamos, sempre acrescentando algo que julgamos ser essencial para a
formação de nossos filhos e que, por conseguinte é também imprescindível para o
curriculum.
No entanto, as alterações são sempre para
acrescentar algo, tornar o curriculum mais gordo e pesado e quando a parte prática
se inicia este mesmo curriculum, que a princípio se apresentava tão
maravilhosamente completo e o plano perfeito para mais uma etapa de ensino,
logo se torna uma pedra em nosso sapato. A aplicação de todas aquelas
maravilhas acadêmicas a que nos propusemos quando o formulamos se torna uma
missão impossível e uma fonte de frustração e preocupação constante. O
curriculum que serviria para nos auxiliar, nos orientar, torna-se rapidamente
nosso carrasco e maior acusador, apontando a todo o momento o quanto estamos
sendo ineficientes na educação domiciliar.
Esquecemo-nos facilmente que este deve
estar a nosso serviço, que foi criado para ser auxilio e não nosso mestre e
senhor, ao qual jamais se deve contrariar ou desobedecer. Em meio às
preocupações demasiadas com ‘o que ensinar’ deixa-se de lado o mais importante,
o ‘como ensinar’. Uma vez que estamos em constante agitação torna-se impossível
preparar um ambiente de tranquilidade para nossos filhos. Deixamos de lado os
abraços, os elogios, os beijos, o olho no olho, pois não há tempo para tal. E
desta forma, o que seria imprescindível para um dia de estudos de uma família educadora,
acaba sendo deixado de lado. O maior desejo de nossos filhos não esta em
aprender e saber bem mais que o coleguinha ou vizinho, mas sim em se tornar
como ‘o papai’ e ‘a mamãe’. Sim, somos a fonte de inspiração para nossos filhos.
Somos responsáveis pela paz em seus coraçõezinhos, fonte de sua felicidade
imediata. Se a criança tem dificuldade em assimilar um conteúdo, não nos cabe
enche-lo de reprimendas ou mais exercícios, mas em olhar em seus olhos e buscar
entender. Buscar novos meios, mesmo que demore muito tempo e que o esplêndido
curriculum elaborado inicialmente tenha que ser posto um pouco de lado.
“O recurso será nosso servo e não nosso mestre!”
Na segunda parte deste livro Sarah Mackenzie
nos mostra maneiras de como simplificar o curriculum. No entanto, se mesmo
assim surgir a dúvida quanto a deixar ou não algo no curriculum, ela recomenda
que seja aplicado um filtro que ajudará a clarear as ideias: “Se algo em pauta
não promove o calor, a conversa ou a contemplação do que é bom, verdadeiro e
belo, então pode precisar sair do curriculum.”
As cinco maneiras de simplificar um curriculum
são:
1.
Faça menos: Priorize a qualidade do que esta
sendo ensinado e não a quantidade. Do contrário, seus filhos receberam ‘uma
pesquisa de tudo e domínio de nada’. Atenha-se ao que realmente importa.
2.
Integrar: Buscar integrar os assuntos. Por
exemplo: A leitura em voz alta com a história; Os trabalhos manuais (arte) com
a geografia, etc.
3.
Compreenda que os recursos (livros, materiais)
têm suas limitações.
4.
Tempo para avaliar e reavaliar: Se planeje para
que de tempos em tempos os estudos recebam uma pausa, de modo que você possa
avaliar o que foi aplicado ou não e se é necessário modificações. Ex: 6 semanas
de estudos x 1 semana de descanso.
5.
Lembre-se do ponto: Tenha sempre em mente qual o
objetivo, a meta da educação que desejam dar aos filhos e se deixe guiar por
ela.
Outra dica da qual gostei muito e quero
deixar aqui registrada é a utilização do que ela chama de ‘looping’, que seria
nada mais do que não determinar um dia fixo para o estudo de uma determinada
matéria, ou seja, não atribuir uma tarefa a um determinado dia da semana, mas sim
criar uma lista de tarefas, uma ordem em que estas devem acontecer,
independentemente do dia e seguir esta ordem. Desta maneira mesmo que ocorram
contratempos (uma saída não planejada, uma visita inesperada, um filho doente) estas
tarefas poderão ser retomadas no dia seguinte a partir do ponto em que parou não
ficando nenhum ponto do planejamento prejudicado, pois independente do dia,
este acontecerá obedecendo a ordem determinada.
Outro ponto importante na formação de um curriculum
é o conhecimento do tempo disponível para os estudos diários. Para isso retire
das 24 horas os tempos não negociáveis (dormir, comer, banho, oração, etc) e o
que sobrar é o que terá para trabalhar e planejar a rotina diária. No entanto,
é preciso manter uma margem, ou seja, planeje para apenas 80% do tempo
disponível, deixando assim uma margem para os pequenos atrasos. São detalhes
como estes que nos auxiliarão a viver uma educação domiciliar com uma ‘paz
inabalável’ como nos diz Sarah.
Ainda não finalizei a leitura do livro, mas
este já faz grande diferença em meus dias como mãe educadora. Esta leitura tem
clareado meus pensamentos, aumentado minha confiança na ação de Deus em nossa
rotina e no aprendizado dos nossos filhos, me encaminhando por um caminho de
descanso em Deus, tornando o ambiente mais tranquilo, sem exigências constantes
e sem a impressão de estar sempre atrasada, seja com os estudos ou com as
atividades rotineiras de uma dona de casa com filhos pequenos. Hoje sei que
fazemos ‘a coisa certa, na hora certa’.
Abraço fraterno,
Maya

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