quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 2

Catecismo da Educação – Abade René Bethléem – 1917 - Parte 2
Terceira Parte - Os contra-Educadores / Quarta Parte - A criança a educar

Apesar de ser uma parte curta ela vem recheada de ensinamentos e muito nos acrescenta com sua leitura. Não me delongarei, mas tentarei expor o que de mais importante encontrei.

Logo no início desta parte o catecismo da educação nos fala sobre os contra educadores e os danos que estes causam na educação dos filhos. Já diz o ditado: “muito ajuda, quem não atrapalha!” e creio que esta é uma frase que sintetiza o catecismo da educação quando fala sobre os contra educadores, sejam eles avós, tios, amigos ou professores. 

São muitas as relações de convívio que acabam por se tornar nocivas e que dificultam ou mesmo atrapalham a educação de uma criança. São bajulações e comentários que desautorizam os pais perante os filhos, maus exemplos de comportamento e conversas, entre outros. Para casos assim o ideal é evitar a todo o custo o convívio. Quando são amigos ou professores basta aos pais a decisão de afastar as crianças definitivamente desses contra educadores, mudando-os de escola e rompendo laços de amizade. Infelizmente, com os parentes a situação é um pouco mais complicada e o máximo que se consegue é reduzir tais situações. Creio que a melhor saída nesses casos seja uma conversa franca e expor claramente a insatisfação com as atitudes prejudiciais, afirmando sempre que a decisão quanto a educação dos filhos é essencialmente dos pais e pedindo que sejam respeitados os limites para que o convívio seja saudável e agradável a todos.

“São prudentes os pais que, tendo filhos (posto que sejam crianças), sem raramente, recebem pouco, e vivem o mais possível em família, no recolhimento que produzem o sentimento da responsabilidade e o temor de Deus.”

Nesta parte o catecismo da educação reforça mais uma vez quanto a grande responsabilidade da mãe na educação e formação dos filhos. Para isto diz: ‘Mães, deixai-vos estar em casa. Sim, mães, ficai em casa junto dos vossos filhos, e velai por eles, tanto quanto possível. Quando o dever vo-lo não permitir, tendes o direito de esperar que os anjos da guarda de vossos filhos vos substituam junto deles. Mas não tereis esse direito, quando pretenderdes esquivar-vos ao cumprimento do vosso dever, quando abandonais o vosso lar unicamente por gozo.’ 
Como mãe e sendo uma mãe educadora (que pratica educação domiciliar com os filhos) devo admitir que não é nada fácil o dia a dia em casa, a realizar os cuidados domésticos que um lar exige, lidar com os constantes conflitos, birras e caprichos de crianças pequenas que precisam ser educadas e corrigidas constantemente. É o chamado de Deus para nossas vidas, que nos pede doação e abnegação constantes. É a cruz que nos levará aos céus. No entanto, nossos filhos precisam especialmente e essencialmente dos cuidados de suas mães. Sua presença, seu olhar, seu colo, suas correções. A criança precisa se sentir amada e querida e busca na mãe a afirmação desses sentimentos. 

Nenhum presente, babá ou passeio de fim de semana pode substituir a atenção cotidiana de uma mãe que esta rotineiramente para os cuidados de seus filhos.

É difícil para nós pais relembrarmos como é o ser criança, compreender que elas por vezes não sabem dominar os próprios impulsos e estão a testar o mundo a sua volta e isso inclui quase sempre NOS testar. Se nós adultos não sabemos e não compreendemos nossos próprios temperamentos, como exigi-lo de uma criança? É preciso que busquemos conhecer nossos filhos, seus temperamentos, suas dificuldades e fraquezas, para então tentar incutir em suas mentes e corações virtudes como o autocontrole e a obediência. No entanto, antes disso devemos ser exemplos, reconhecer nossas fraquezas e demonstrar que através do amor a Deus e da oração buscamos ser melhores.

Para finalizar este breve resumo, destaco o que o catecismo da educação diz que devemos compreender antes de tudo:
1º  A criança é uma criança;
2º Ela possui uma individualidade irredutível;
3º Ela tem necessidade de ser amada;
4º Ela é a esperança do futuro;
5º Ela é um depósito de que teremos que prestar contas a Deus.

Ouso dizer que o quinto é aquele que nos força a buscar compreender todos os demais. Reconhecer que aquela criança a quem educamos é imagem e semelhança de Deus, uma alma única e irreptível que nos foi confiada para que cuidemos de seu corpo, guardemos sua pureza, alimentemos seu intelecto, nutrirmos sua alma do Amor de Deus e de Sua palavra, para então a encaminharmos de volta ao seu Criador e que um dia estaremos diante de Nosso Supremo Juiz e deveremos prestar contas desta depósito que nos foi confiado. 

Que o Senhor Deus crave em nossos corações essas palavras e nos conceda sabedoria para cumprir este mandato em nossas vidas.

Abraço fraterno,

Maya



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