quinta-feira, 27 de julho de 2017

Ensino da lógica, a ciência do raciocínio correto.

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLÁSSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 6 –  Ensino de Lógica
Harvey e Laurie Bluedorn


“Sem o poder espiritual chamado lógica somos incapazes de discernir a verdade do erro.”

Para aqueles que, como eu, tinham a lógica apenas como mais um matéria perdida dentro de um currículo escolar (que vi apenas na faculdade) e que é visto de forma bastante superficial, este capítulo com certeza será uma grata surpresa.  Nele encontramos definições claras e objetivas do que vem a ser a lógica, sua importância, suas subdivisões, enfim, nos dá uma visão geral do ponto de partida para então nos aprofundarmos. Este capítulo não apenas nos faz enxergar aquela lógica inata que esta adormecida dentro de nós, mas que aparece vez ou outra em face das distorções grotescas as quais nos deparamos nos dias de hoje (homossexualismo, eutanásia do ‘bem’, transgêneros, entre tantas outras) e nos faz discernir entre o que é bom ou não, entre o que é verdadeiro ou não.

No entanto, ‘a lógica, como qualquer outra faculdade inata, pode ter sua capacidade desenvolvida pelo uso, seu poder fortalecido pelo treinamento e a precisão aguçada por meio de provas’. Contudo, o que presenciamos é o atrofiamento da lógica natural ainda na primeira infância. Crianças que são levadas a permanecerem por horas a fio diante de dispositivos eletrônicos, leituras medíocres e brinquedos automáticos.

No sistema educacional vigente (escolas) ‘as crianças são treinadas para pensar como rebanho, como um animal, e em seguida é socializada para correr com a manada’. Não possuem pensamento próprio, não questionam o que lhes é ensinado, são programadas para não questionar certos conceitos (exatamente porque não podem ser provados).

A lógica é a ciência do raciocínio correto, ou seja, é o modo pelo qual as coisas se encaixam ou, ao menos, o modo pelo qual devem se encaixar. Não basta ter toneladas de informações é preciso ‘separar o joio do trigo’. Esta segunda via do Trivium vem ligar a primeira via (gramática) com a terceira via (retórica) de modo que a última seja construída fazendo uso da primeira, isto em todas as matérias e situações a que formos submetidos.


“Sem a habilidade da lógica somos como meninos, agitados, de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astucia com que induzem ao erro (Efésios 4,14)

Um dos questionamentos feitos ao casal Bluedorn é sobre quem deveria ensinar a lógica aos filhos, as mães ou os pais, ao que eles indicam os pais por terem mais propensão para entendimento e ensino da mesma, no entanto, o que determina este ponto será a disponibilidade do educador. Um alerta que os autores nos fazem e que acho importante frisar é o fato de que devemos aprender para então ensinar, ficando sempre à frente do filho, mas que poderá chegar o momento em que aprendiz superará o mestre e então é importante ter ensinado à criança o respeito pelo outro e a humildade, de maneira que o aprendizado não venha a se tornar um mal, podendo ser usado para criticar, escarnecer ou mesmo humilhar aquele que sabe menos ou que veio a ser superado.

Finalizo este capítulo com a sensação de que há nele muitas riquezas ainda não exploradas e com o desejo e ímpeto de lê-lo e relê-lo outras vezes mais. A cada passo que avanço no conhecimento do Trivium mais me encanto e me convenço ser este o único caminho a ser percorrido na educação de nossos filhos, aquele que nos levará ao conhecimento da verdade e por conseguinte ao conhecimento de Deus, a própria VERDADE.

Abraço fraterno,

Maya


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Ensino de Idiomas - Trivium

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 5 –  Ensino de Línguas
Harvey e Laurie Bluedorn

“A influência do idioma pode ser sutil, mas é poderosa.”

A comunicação não é algo exclusivo do ser humano, pois os animais se fazem entender utilizando-se de expressões corporais e sonoras, forma também utilizada pelo ser humano, no entanto, nenhum animal poderia alcançar o ser humano em inteligência e capacidade intelectual. O conhecimento da língua, a capacidade de se comunicar verbalmente, é um elemento essencial para o aprendizado de qualquer matéria. O autodidatismo buscado na educação clássica depende em grande parte do aprendizado da língua, falada e escrita.

Como o mundo seria mais simples se todos falassem a mesma língua (essa dificuldade credito na conta dos criadores da torre de babel), entretanto, como esperar que pessoas nascidas e criadas nos ambientes mais diversos não expressassem essas diferenças no que lhes é mais exterior, a linguagem!? O fato é que não falamos a mesma língua e que o aprendizado de outras línguas é necessário, especialmente na atualidade onde existe a facilidade de contato com as mais diversas culturas.

“Para mudar a cultura com êxito, devemos mudar as palavras – devemos mudar as palavras usadas pelas pessoas e os significados atribuídos a elas”

A linguagem de um povo tem a capacidade de carregar e transmitir toda a cultura desse povo, de modo que ao deformar uma língua deforma-se todo um povo.

No quesito ensino de línguas, a maior preocupação e empenho dos pais de hoje, é voltada ao inglês, considerado a língua mais falada no mundo, e isso de fato é importante, até mesmo para seguir com os estudos futuramente. No entanto, em se tratando de educação cristã, o inglês fica muito aquém em importância e necessidade. O casal Bluedorn nos alerta quanto à importância do aprendizado de três línguas (Grego, Latim e Hebraico) não apenas para o desenvolvimento intelectual do estudante (cujos estudos e estatísticas demonstram apresentar melhores resultados), mas para a manutenção da fé e da verdade da palavra de Deus.

O acesso às escrituras em nossa língua através das traduções é algo a que devemos ser gratos, no entanto algumas traduções trazem alterações que mudam ou mesmo dão duplo sentido a muitos textos. Hoje é comum ouvir noticias de seitas que deturpam e/ou excluem palavras das escrituras, ou até livros inteiros, para adequá-las às suas ideologias e infelizmente a igreja católica (editoras católicas) não esta isenta das mais diversas influências. Os textos antigos em sua maioria estão em grego/hebraico e se tornam inacessíveis para aqueles que não dominam tais idiomas. O aprendizado desses idiomas é então uma necessidade para nós cristãos e para a manutenção de nossa fé.

“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” (Jo 8, 32)

Após estar convencida da importância e necessidade de se aprender e ensinar a nossos filhos idiomas como o latim, o grego ou mesmo o hebraico, o questionamento que fica é: como? Como uma quase analfabeta funcional em sua língua nativa/materna (herança de uma educação falida) e que posso afirmar, completamente analfabeta em todas as demais línguas pode se aventurar no ensino de idiomas tão complexos (especialmente por serem línguas mortas) a seus filhos? Somente pela graça de Deus, que rogo, inculta em mim uma sede pelo conhecimento que me impulsione no aprendizado.

“De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Em vez de alimento sólido, vocês ainda estão precisando de leite. Ora, quem precisa de leite ainda é criança, e não tem experiência para distinguir o certo do errado. E o alimento sólido é para os adultos, os quais, pela prática constante, estão preparados para discernir o que é bom e o que é mau.” (Hebreus 5:12-14 )

Apesar de já ser adulta fisicamente, vejo que intelectualmente, sou ainda uma criança e que precisa reconhecer suas limitações. Claro que meu desejo é proporcionar a meus filhos o acesso ao mais rico conhecimento e que este o leve a Deus, pois a Verdade vem de Deus, a Verdade é Deus. Mas percebo que terei que crescer intelectualmente com meus filhos. Beber do mesmo alimento que eles, começar do básico e seguirmos juntos. Aí que mora a beleza da educação domiciliar, a família caminha junto, os pais são levados a crescerem, impulsionados a buscar o conhecimento que lhes foi negado para que seus filhos os possam receber por herança.

Uma língua é aprendida primeiro com os ouvidos (escuta) e com a boca (fala) e conforme o amadurecimento da criança passa a aprender também com os olhos (leitura) e com as mãos (escrita). Cada família é levada a determinar suas prioridades, dentro de suas possibilidades. Em nossa casa o aprendizado de outros idiomas tem se restringido ao inglês e ao latim através da escuta e memorização de orações e músicas, mas sem muito aprofundamento, pois nossas crianças são muito pequenas e não foram sequer alfabetizadas em sua própria língua.

Grande parte deste capítulo é dedicada à exposição de um ‘caminho geral dos estudos’ e fornece informações valiosíssimas. Provavelmente no decorrer dos anos de estudos com nossos filhos teremos que relê-lo diversas vezes para colher mais frutos de todo o conhecimento exposto e o farei com grande alegria, pois o farei animada pelas palavras do grande romancista russo, Liev Tolstoi, que aprendeu o grego aos 42 anos de idade e disse: “ Convenci-me de que de tudo que a linguagem humana já produziu de verdadeira e simplesmente belo, eu não conheceria antes de ter aprendido o grego”. Quero eu e toda a minha casa ter a felicidade de conhecer tais belezas e sabemos que não se colhe a flor sem que se tenha que enfrentar os espinhos.

Abraço fraterno,

Maya



sexta-feira, 14 de julho de 2017

O que é o Trivium?

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 4 –  O que é o Trivium?
Harvey e Laurie Bluedorn

“A barreira posta à sua frente consiste em você mesma. Será preciso que você supere seus maus hábitos e deficiências.”

A frase acima define perfeitamente o meu maior problema no momento presente: ‘Superar meus maus hábitos e as tantas deficiências de aprendizado que adquiri em consequência de uma educação defeituosa’. Desde que iniciei a caminhada na educação domiciliar meus dias são carregados de leituras (livros, artigos, blogs) que afirmam e reafirmam em mim a certeza de que a educação clássica é o melhor caminho para a formação do ser humano, como homem, como cidadão, como filho de Deus. Fui obrigada a esquecer tudo o que eu tinha por educação e ‘zerar o placar’, começar de novo, da folha em branco.

Deixo aqui registrada a minha admiração pela forma caridosa com que o casal Bluedorn nos conduz no decorrer deste livro. Agem como aquele pai e mãe amorosos que seguram pela mão a criança que ainda ensaia os primeiros passos e lhes passa tranquilidade e segurança, nos levando a crer que por mais difícil que pareça logo a educação clássica será algo tão rotineiro quanto o caminhar.

Já li (várias vezes) a definição do Trivium, mas foi neste capítulo que a compreendi. O trivium é a capacidade de aprender, capacidade esta que é inata em todo ser humano, ou seja, é o progresso natural do aprendizado que não pode ser modificado ou aperfeiçoado (mesmo que se queira) porque vem de Deus e tudo que Deus faz é perfeito. Nas palavras dos autores “o aluno que domina o trivium pode ensinar qualquer coisa a si mesmo”. Através destas três vias: Gramática (habilidade de entender), Lógica (habilidade de raciocinar) e Retórica (habilidade de se expressar) é o próprio individuo quem imporá suas limitações. Apenas a falta de determinação o impedirá de aprender e dominar seja qual for a área de conhecimento que almeje.



Ao ler o sumário do livro me vi tentada a pular direto para o capítulo 4, cujo título é bem direto: ‘O que é o Trivium’, pois minha mente esta condicionada a formulas prontas. Instintivamente pensei: ‘Lá vai estar descrito o que é e, por conseguinte, como usarei’. Sem demanda de tempo ou esforço. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que os autores usam a metodologia do Trivium para ensinar o Trivium. Ou seja, eles nos explicam qual é a metodologia de forma simples e direta e até nos apontam exemplos de como funciona na prática, no entanto, em nada se compara aos pacotes prontos a que estamos acostumados. É preciso ler, interiorizar, raciocinar o que foi lido e então por em prática no nosso dia a dia. É o caminho que se faz ao caminhar.






 “As crianças são naturalmente curiosas. São aprendizes por excelência.”








Segundo Dorothy Sayers (autora citada no capitulo) estas três vias são as ferramentas perdidas do aprendizado. A educação moderna passou a trabalhar no mesmo passo e compasso que a indústria, criando alunos em série, que escutam a mesma coisa, que são ensinados sobre os mesmos assuntos, que são nivelados pelas dificuldades de alguns e desestimulados em suas potencialidades e/ou aptidões. Em resumo, são baldes que recebem muito conteúdo (horas intermináveis sentados diante de professores que desenrolam um currículo que fala de tudo e não se aprofunda em nada) e pouco aprendizado (concluem o ensino e não sabem o que fazer com tudo o conteúdo que lhes foi imposto). O resultado disso é a grande quantidade de analfabetos funcionais que lotam os bancos das universidades e posteriormente os postos de trabalho. Profissionais que não sabem ler, não conseguem interpretar dados ou se expressar verbalmente.

As escolas têm transformado nossas crianças em aleijados intelectuais que precisam a todo o momento de alguém com fórmulas mágicas que lhe poupem o raciocínio, que lhes proporcionem o resultado esperado, sem esforço e de forma rápida. Hoje é comum encontrar nas listas dos livros mais vendidos títulos que dizem ter fórmulas prontas, mágicas e rápidas para aprender qualquer coisa, seja cozinhar, arrumar casa, fazer investimentos financeiros, manter um casamento ou mesmo educar os filhos. As pessoas perderam a capacidade de aprender, pior ainda, perderam o desejo de aprender.

“...cada criança tem um ritmo de aprendizagem. As adiantadas se entediam e as atrasadas deixam de aprender ainda mais.”

Entretanto, apesar de ser grave a falta de preparo intelectual, o maior problema da educação moderna é que elas estão formando ateus (até mesmo as escolas  devocionais). Nada nas escolas remete a Deus e aos preceitos religiosos. As crianças e jovens aprendem todo o tipo de teorias e são levadas a crer que Deus é apenas uma opção. São pessoas descrentes, que não conhecem a Deus e que tem por prioridade apenas respeitos humanos. Em contrapartida, nós pais que deveríamos estar transmitindo esses ensinamentos a nossos filhos, nos exilamos de nossa função, contribuindo sobremaneira para com o fracasso de nossa família e sociedade.

A educação clássica de séculos atrás se perdeu com o passar das gerações, e as famílias que optam hoje pela educação domiciliar e que o fazem com o uso do Trivium, buscam resgatar esse conhecimento. Espero que a graça de Deus nos alcance e que consigamos, mesmo com todas as nossas limitações, caminhar por estas vias e que elas nos levem a Deus.

Abraço fraterno,

Maya

 “A educação de uma criança começa 20 anos antes do seu nascimento, pela educação de sua mãe.” (Atribuída a Napoleão Bonaparte).
 




Os inconscientes não tem consciência de sua inconsciência... Escola, NÃO!

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLÁSSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 3 –  Pais cristãos devem preferir a escola regular?

Harvey e Laurie Bluedorn

“As criancinhas não podem ser tratadas como pequenos adultos”

Desde sempre, quando pensava na instrução dos filhos que porventura eu viesse a ter, a escola sempre me pareceu a opção mais óbvia, na verdade a única opção. Como muitos pais, a educação domiciliar me era totalmente desconhecida. Se há 5 anos atrás alguém me dissesse que eu educaria meus filhos em casa, sem que estes frequentassem uma escola regular, eu provavelmente daria risadas e diria que isto é impossível. Para mim, naqueles tempos, a educação domiciliar realmente era algo inconcebível.

Entretanto, para a nossa alegria, Deus tem seu modo especial de fazer acontecer em nossas vidas os planos que Ele tem para nós e isso acontece a partir do momento em que colocamos em Suas mãos o leme de nossas vidas e o pedimos que nos guie. Não sei dizer o momento em que esta ideia tomou forma em nossas mentes e em nossos corações, as coisas foram simplesmente acontecendo, as pessoas foram surgindo e a educação domiciliar passou a ser para nós não somente a primeira opção, mas a única opção aceitável para a formação espiritual e intelectual dos nossos filhos.

 “E vós pais não provoqueis os vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e admoestação do Senhor. Efésios 6,4

Após iniciar os estudos sobre a educação domiciliar e também de praticá-la em nossa casa fica difícil não perceber os malefícios que a escola regular traz às crianças e às famílias. É perceptível a diferença entre uma criança que é educada numa creche ou escola e aquela que fica integralmente no lar. Neste capítulo os autores conseguiram colocar de forma clara alguns problemas com a escola regular, entretanto destaco aqui os dois que mais me chamaram a atenção:

“O respeito à autoridade dos pais fica solapado/destruído quando na mente das crianças outras autoridades são exaltadas acima deles.” De fato, basta observar a forma como as crianças se referem a algo que o professor(a) tenha dito e como ele recebe aquilo como uma verdade absoluta. Quando li esta frase lembrei-me imediatamente de um comentário de um casal amigo, ativos na educação da filha, que reclamaram do fato de sempre a terem alertado sobre a importância do uso do cinto de segurança no veículo e ela nunca fez comentários sobre o assunto, no entanto, após a professora ter tratado sobre o assunto em sala de aula a filha passou a falar a todos sobre como a professora a ensinou sobre o uso do cinto de segurança, não concedendo em momento algum que os próprios pais já a haviam ensinado, ou seja, antes de mais nada o que vale é o que a professora ensina em sala de aula. Toda a autoridade dos pais esta comprometida, diante da autoridade da escola.

“Escolas regulares podem criar uma atmosfera de rivalidade ímpia em vez de desafio piedoso”. Basta alguns minutos num ambiente escolar ou uma breve reflexão dos próprios anos escolares para verificar a veracidade destas palavras. É comum ouvir que a criança precisa frequentar a escola para se socializar, para que tenha convivência com outras crianças e isto é colocado como se a escola fosse a única opção para tal. No entanto, parando para analisar o ambiente escolar e como é realmente a convivência entre as crianças ali, este passaria a ser justamente um motivo para NÃO permitir que nossos filhos frequentassem a escola regular.  Toda a virtude presente na criança pode ser seriamente comprometida diante das pressões dos grupos, diante da necessidade de inserção e aceitação desses grupos.

A frase “os inconscientes não tem consciência de sua inconsciência” define exatamente a situação dos pais em relação a escola, e eu me incluía nela até ter lido este capítulo. Como pais temos a obrigação de instruir nossos filhos e aos poucos e conforme sua maturidade irmos possibilitando a eles a exposição ao mundo.

Desde que iniciamos a educação domiciliar tornou-se comum usarmos a frase: “Não sabemos do futuro, então não descartamos a escola...” No entanto, agora vejo que esta possibilidade deve ser totalmente descartada, que por pior que seja a educação intelectual que venhamos a proporcionar a nossos filhos em casa, ainda assim ela será muito melhor do que qualquer escola pode vir a oferecer. Nossos filhos terão em casa o acompanhamento individual e avançarão conforme a capacidade de cada um, conforme suas aptidões e individualidades, sendo amparados pelo carinho e proximidade da família. Nenhuma escola jamais poderá proporcionar a nossos filhos nada parecido a isto.





"É no cotidiano que se aprende a viver. Nas atividades  cotidianas se aprendem as lições de todo ausentes do ambiente escolar.”





Sabemos que muitos não compreenderão nossa decisão pela educação domiciliar, até mesmo porque não têm a visão cristã da educação dos filhos. Desta forma nivelam suas decisões com as demandas de uma sociedade materialista e egoísta que tem como indicadores de sucesso a capacidade de consumo das pessoas e não o ‘ser pessoa’. Estamos dispostos a nos render aos caminhos de Deus, não apenas no tocante a educação dos filhos, mas em relação a toda a nossa vida, como pais, como casal e como cristãos. Que o Senhor nos oriente, nos fortaleça e nos capacite, para que possamos crescer todos, em estatura, sabedoria e graça.

Abraço fraterno,

Maya


quinta-feira, 13 de julho de 2017

O amor que sentem pela prole leva o casal a buscar o seu melhor...

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 2 –  Quem deveria controlar a educação: os pais ou o Estado?

Harvey e Laurie Bluedorn


“A nação será boa ou ruim conforme a vida no lar!”

Ao ler este capitulo e tentar enxerga-lo à luz dos nossos dias pude ver quão verdadeira a afirmação acima pode ser. Nossos lares estão degradados, enfraquecidos moral e espiritualmente. Permitimos que através da TV os ideais de vida deste mundo fossem cravados no seio das famílias e na mente das crianças cotidianamente. Os ideais mundanos eram e são apresentados às crianças e adultos, através dos desenhos, dos personagens de novelas, nos programas de tv, onde mesmo a programação infantil esta repleta de uma representação feminina muito longe do ideal sonhado por Deus para as mulheres e o mesmo se pode dizer da imagem masculina.

A todo o momento nós pais enviamos os nossos filhos a escolas (seja por comodidade, ignorância ou mesmo necessidade) para aprenderem toda a sorte de perversões. Pergunto: Quem permitiu que isso acontecesse? O governo ou os pais? Digo que nós pais, pois ao não estarmos atentos ao que é ensinado a nossos filhos quando longe de nós, permitimos que o Estado se aposse de uma função que é exclusiva de nós pais, a formação de nossos filhos, permitindo que este o faça em seus próprios moldes.  

É preciso franqueza ao assumir nosso quinhão da degradação da sociedade que nos rodeia. É preciso dizer que nos deixamos seduzir, que não afastamos de nossos lares essas vozes do mundo. E ainda pior, nos calamos, silenciamos a Palavra de Deus em nossos lares.

Por certo que o homescholling é um caminho para filhos e pais. Ao sair da comodidade das escolas e assumir integralmente a educação dos nossos filhos damos um passo em direção à vontade de Deus para nossas vidas. É a vontade de Deus, é o desejo de Deus que eduquemos nossos filhos e ainda mais, que os eduquemos COM e NA sua Palavra.

O Monsenhor Álvaro Negromonte em sua livro ‘A Educação dos filhos’ nos diz: “Das mais graves falhas da educação atual é o desconhecimento dos fins. Agitam-se muitos, alguns até febrilmente, mas sem saber para que. Querem educar. Mas, que é educar?” “Todos querem saber como andar, sem saberem para onde vão. E não chegam ao fim, mesmo porque não sabem qual é... Caminhando sem rumo, perderam o endereço, como disse Chesterton.”

Neste capitulo 2 o casal Bluedorn me fizeram ver ainda mais claramente dois pontos quanto a educação dos nossos filhos: ‘É nosso dever e também nosso direito, como pais, educa-los’ e ‘Só poderemos alcançar este objetivo se tivermos cravado, como dito  nas escrituras, se não tivermos inculcado em nosso coração e em nossa mente que é para Deus que os devemos educar’.

“...deixemos afiados, preparados e versados na aplicação da Palavra de Deus a todas as áreas da vida.”

De fato, nossos lares estão como estão, porque abrimos mão de um dos caminhos mais importantes para o crescimento do casal, a educação dos filhos. O amor que sentem pela prole leva o casal a buscar o seu melhor, pois é somente isso que querem dar aos filhos. O MELHOR!

No entanto, este desejo também foi deturpado no decorrer dos tempos. Sendo levados a crer que o melhor para os filhos são os bens terrenos, os pais abrem mão do essencial para a vida do filho, a própria presença, para estarem longe dos lares em busca do que foram levados a crer ser ‘o melhor’ para seus filhos. E quanto mais anseiam por proporcionar esse ‘melhor’ para os filhos, mais se afastam deles. Mais horas no trabalho, mais atividades extracurriculares, mais escolas em tempo integral... Enchemos nossos filhos de coisas e os esvaziamos de nossa presença e em consequência disto não crescemos como pais, não aprendemos a ser pais, não crescemos... abandonamos nossos filhos. Não crescemos nem como pais, nem como filhos de Deus, nem como esposos... E por fim, toda a família esta assentada em tronos porém recoberta de lama. Afastamos nossa família de Deus, caimos na degradação e levamos nossos filhos conosco. A educação domiciliar cristã é um caminho de resgate da dignidade do homem e da mulher.

 Isso eu pude experimentar nesses 4 anos de maternidade. Desde o momento que pegamos nosso primogênito no colo percebemos que o peso desse amor que se dilatou em nosso coração ia muito além dos quase 3 kg que ele tinha. Nossos filhos valem o céu!

Em resposta à pergunta que intitula este capítulo ‘Quem deveria controlar a educação- os pais ou o Estado?’ digo que é uma pergunta que nem deveria existir. Sem sombra de dúvidas é dever dos pais educar seus filhos, com ou sem o auxilio do estado. A formação do homem deve ser orientada pelos pais, são eles que devem ditar as prioridades na vida de seus filhos. Mas somente com uma boa educação os cidadãos perceberão que o Estado foi criado para servir e não para ser servido.

Como será o nosso futuro como família não o podemos dizer, pois é Deus quem nos guia e fortalece. Confiamos a Ele todas as nossas fraquezas, nossas incapacidades e cremos que Ele tudo proverá.

Abraço fraterno,

Maya




3"Espera no Senhor e faze o bem; habitarás a terra em plena segurança. 4.Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá. 5.Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá."  Salmos, 36 , 3-5

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Trivium - Em busca do conhecimento que me foi negado.

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 1 –  A Transformação da educação clássica: Uma visão Bíblica do ensino doméstico
Harvey e Laurie Bluedorn

Nascida nos anos 80 e tendo frequentado a escola desde os 5 anos de idade, pensar  e falar sobre educação domiciliar tem representado um desafio a ser superado rotineiramente. Entretanto, apesar de estar convencida que este é o melhor caminho a ser seguido, minha mente escolarizada e refém de livros didáticos tornaram-se um desafio a parte.

Há poucos meses atrás jamais havia sequer escutado falar de estudo clássico e confesso que este é ainda um mistério a ser decifrado. Porém, ao iniciar a leitura deste livro, já no primeiro capítulo percebo que o Casal Bluedorn serão aquela estrela do norte que indica a direção, que orienta o viajante em sua jornada. As palavras deles ecoam no meu coração, sendo em certa medida, uma resposta às inquietações de uma mãe que, mesmo sem saber como, quer guiar os filhos a ela confiados pelos caminhos do conhecimento. Todavia, “muito conhecimento sem Deus se torna ignorância.”

“Com a educação clássica queremos formar um homem capaz de ler, pensar e falar...”

Contudo, de nada vale o conhecimento se este não é posto a serviço de Deus. Não pode haver educação verdadeira sem referência a Deus. Nas palavras do Casal Bluedorn: “A educação que não serve a Deus é vazia e esse vazio será preenchido por outros deuses, a quem servirá.” Uma realidade nas atuais instituições de ensino, sejam essas devocionais ou não.

Ao final da leitura pude perceber que o objetivo último da educação que sonho proporcionar aos filhos que nos forem confiados é a Santidade. É incutir em suas mentes e corações que a verdadeira sabedoria vem de Deus e que somente a alcançarão buscando a Ele em primeiro lugar.

Percebo que a educação clássica exigirá de mim, como mãe educadora, trabalho árduo e a reformulação das prioridades quanto ao que deve ser ensinado e aprendido. A busca pela centralidade de Deus na educação dos nossos filhos foi um dos principais motivadores para a escolha do ensino doméstico, porém houveram outras motivações que, de início, talvez tenham pesado mais na decisão, como: as doutrinações, a pansexualidade, a violência e a baixa qualidade de ensino e que agora vejo que são razões acessórias, que o verdadeiro e principal motivo é ensinar-lhes que a eternidade é o prêmio a ser conquistado.

Como farei ainda não sei, mas estou certa de que ponho minha confiança n’Aquele de onde provém toda a sabedoria.

Abraço fraterno,

Maya

“Não retires de mim, Senhor, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade.” Salmo 40, 11





Caminhar é preciso... você vem comigo?

Paz e Bem!

Estarei compartilhando no decorrer das postagens as descobertas de uma mãe e de uma família que escolheu trilhar o caminho da educação domiciliar. Depois de quase 3 anos lendo, pesquisando, conversando com outras famílias e também praticando a educação domiciliar com nosso pequeno, percebi que deveria escolher qual direção deveríamos tomar que nos levasse a uma educação cristã completa, que desenvolvesse em nossos filhos o profundo amor por Deus (que é a Verdade) e pelo conhecimento. 

Depois de algum tempo percebemos que este caminho seria a Educação Clássica, mas o que viria a ser isso? 

Sem ter a mínima noção do que vem a ser Educação Clássica ou como aplicá-la na educação dos nossos filhos, só me resta dedicar parte dos meus dias para aprender. Minha única pretensão com este blog é o registro de nossas descobertas e que estas sejam acessíveis, caso venha a ser de ajuda para alguém, que como eu, se vê em meio a escuridão do novo... com os olhos fixos à frente, mirando uma pequena luz, que a guia e impulsiona... A certeza de que a Educação Domiciliar é um chamado de Deus.

Iniciarei este caminho pelo livro do casal Harvey e Laurie Bluedorn - ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLÁSSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA - e partilharei aqui neste blog minhas impressões sobre o que lerei e as repercussões que provocará em mim e em nossa casa.

Fico feliz que você possa embarcar comigo neste caminho e espero ser uma boa companhia de jornada.

Salve Maria Santíssima!

Maya


"O Senhor é meu pastor, nada me faltará. 2.Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes, 3.restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. 4.Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo."  (Salmo 22, 1b - 4a)