sexta-feira, 14 de julho de 2017

O que é o Trivium?

ENSINANDO O TRIVIUM  - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.

CAPITULO 4 –  O que é o Trivium?
Harvey e Laurie Bluedorn

“A barreira posta à sua frente consiste em você mesma. Será preciso que você supere seus maus hábitos e deficiências.”

A frase acima define perfeitamente o meu maior problema no momento presente: ‘Superar meus maus hábitos e as tantas deficiências de aprendizado que adquiri em consequência de uma educação defeituosa’. Desde que iniciei a caminhada na educação domiciliar meus dias são carregados de leituras (livros, artigos, blogs) que afirmam e reafirmam em mim a certeza de que a educação clássica é o melhor caminho para a formação do ser humano, como homem, como cidadão, como filho de Deus. Fui obrigada a esquecer tudo o que eu tinha por educação e ‘zerar o placar’, começar de novo, da folha em branco.

Deixo aqui registrada a minha admiração pela forma caridosa com que o casal Bluedorn nos conduz no decorrer deste livro. Agem como aquele pai e mãe amorosos que seguram pela mão a criança que ainda ensaia os primeiros passos e lhes passa tranquilidade e segurança, nos levando a crer que por mais difícil que pareça logo a educação clássica será algo tão rotineiro quanto o caminhar.

Já li (várias vezes) a definição do Trivium, mas foi neste capítulo que a compreendi. O trivium é a capacidade de aprender, capacidade esta que é inata em todo ser humano, ou seja, é o progresso natural do aprendizado que não pode ser modificado ou aperfeiçoado (mesmo que se queira) porque vem de Deus e tudo que Deus faz é perfeito. Nas palavras dos autores “o aluno que domina o trivium pode ensinar qualquer coisa a si mesmo”. Através destas três vias: Gramática (habilidade de entender), Lógica (habilidade de raciocinar) e Retórica (habilidade de se expressar) é o próprio individuo quem imporá suas limitações. Apenas a falta de determinação o impedirá de aprender e dominar seja qual for a área de conhecimento que almeje.



Ao ler o sumário do livro me vi tentada a pular direto para o capítulo 4, cujo título é bem direto: ‘O que é o Trivium’, pois minha mente esta condicionada a formulas prontas. Instintivamente pensei: ‘Lá vai estar descrito o que é e, por conseguinte, como usarei’. Sem demanda de tempo ou esforço. Qual não foi a minha surpresa ao perceber que os autores usam a metodologia do Trivium para ensinar o Trivium. Ou seja, eles nos explicam qual é a metodologia de forma simples e direta e até nos apontam exemplos de como funciona na prática, no entanto, em nada se compara aos pacotes prontos a que estamos acostumados. É preciso ler, interiorizar, raciocinar o que foi lido e então por em prática no nosso dia a dia. É o caminho que se faz ao caminhar.






 “As crianças são naturalmente curiosas. São aprendizes por excelência.”








Segundo Dorothy Sayers (autora citada no capitulo) estas três vias são as ferramentas perdidas do aprendizado. A educação moderna passou a trabalhar no mesmo passo e compasso que a indústria, criando alunos em série, que escutam a mesma coisa, que são ensinados sobre os mesmos assuntos, que são nivelados pelas dificuldades de alguns e desestimulados em suas potencialidades e/ou aptidões. Em resumo, são baldes que recebem muito conteúdo (horas intermináveis sentados diante de professores que desenrolam um currículo que fala de tudo e não se aprofunda em nada) e pouco aprendizado (concluem o ensino e não sabem o que fazer com tudo o conteúdo que lhes foi imposto). O resultado disso é a grande quantidade de analfabetos funcionais que lotam os bancos das universidades e posteriormente os postos de trabalho. Profissionais que não sabem ler, não conseguem interpretar dados ou se expressar verbalmente.

As escolas têm transformado nossas crianças em aleijados intelectuais que precisam a todo o momento de alguém com fórmulas mágicas que lhe poupem o raciocínio, que lhes proporcionem o resultado esperado, sem esforço e de forma rápida. Hoje é comum encontrar nas listas dos livros mais vendidos títulos que dizem ter fórmulas prontas, mágicas e rápidas para aprender qualquer coisa, seja cozinhar, arrumar casa, fazer investimentos financeiros, manter um casamento ou mesmo educar os filhos. As pessoas perderam a capacidade de aprender, pior ainda, perderam o desejo de aprender.

“...cada criança tem um ritmo de aprendizagem. As adiantadas se entediam e as atrasadas deixam de aprender ainda mais.”

Entretanto, apesar de ser grave a falta de preparo intelectual, o maior problema da educação moderna é que elas estão formando ateus (até mesmo as escolas  devocionais). Nada nas escolas remete a Deus e aos preceitos religiosos. As crianças e jovens aprendem todo o tipo de teorias e são levadas a crer que Deus é apenas uma opção. São pessoas descrentes, que não conhecem a Deus e que tem por prioridade apenas respeitos humanos. Em contrapartida, nós pais que deveríamos estar transmitindo esses ensinamentos a nossos filhos, nos exilamos de nossa função, contribuindo sobremaneira para com o fracasso de nossa família e sociedade.

A educação clássica de séculos atrás se perdeu com o passar das gerações, e as famílias que optam hoje pela educação domiciliar e que o fazem com o uso do Trivium, buscam resgatar esse conhecimento. Espero que a graça de Deus nos alcance e que consigamos, mesmo com todas as nossas limitações, caminhar por estas vias e que elas nos levem a Deus.

Abraço fraterno,

Maya

 “A educação de uma criança começa 20 anos antes do seu nascimento, pela educação de sua mãe.” (Atribuída a Napoleão Bonaparte).
 




Nenhum comentário:

Postar um comentário