ENSINANDO O
TRIVIUM - ESTILO CLASSICO DE MINISTRAR A
EDUCAÇÃO CRISTÃ EM CASA.
CAPITULO 5 – Ensino de Línguas
Harvey e Laurie
Bluedorn
“A influência do idioma pode ser sutil, mas é poderosa.”
A comunicação não
é algo exclusivo do ser humano, pois os animais se fazem entender utilizando-se
de expressões corporais e sonoras, forma também utilizada pelo ser humano, no
entanto, nenhum animal poderia alcançar o ser humano em inteligência e
capacidade intelectual. O conhecimento da língua, a capacidade de se comunicar
verbalmente, é um elemento essencial para o aprendizado de qualquer matéria. O
autodidatismo buscado na educação clássica depende em grande parte do aprendizado
da língua, falada e escrita.
Como o mundo
seria mais simples se todos falassem a mesma língua (essa dificuldade credito
na conta dos criadores da torre de babel), entretanto, como esperar que pessoas
nascidas e criadas nos ambientes mais diversos não expressassem essas
diferenças no que lhes é mais exterior, a linguagem!? O fato é que não falamos
a mesma língua e que o aprendizado de outras línguas é necessário,
especialmente na atualidade onde existe a facilidade de contato com as mais
diversas culturas.
“Para mudar a cultura com êxito, devemos mudar as palavras – devemos mudar as palavras usadas pelas pessoas e os significados atribuídos a elas”
A linguagem de um
povo tem a capacidade de carregar e transmitir toda a cultura desse povo, de
modo que ao deformar uma língua deforma-se todo um povo.
No quesito ensino
de línguas, a maior preocupação e empenho dos pais de hoje, é voltada ao
inglês, considerado a língua mais falada no mundo, e isso de fato é importante,
até mesmo para seguir com os estudos futuramente. No entanto, em se tratando de
educação cristã, o inglês fica muito aquém em importância e necessidade. O
casal Bluedorn nos alerta quanto à importância do aprendizado de três línguas (Grego,
Latim e Hebraico) não apenas para o desenvolvimento intelectual do estudante (cujos
estudos e estatísticas demonstram apresentar melhores resultados), mas para a
manutenção da fé e da verdade da palavra de Deus.
O acesso às
escrituras em nossa língua através das traduções é algo a que devemos ser
gratos, no entanto algumas traduções trazem alterações que mudam ou mesmo dão
duplo sentido a muitos textos. Hoje é comum ouvir noticias de seitas que deturpam
e/ou excluem palavras das escrituras, ou até livros inteiros, para adequá-las
às suas ideologias e infelizmente a igreja católica (editoras católicas) não
esta isenta das mais diversas influências. Os textos antigos em sua maioria
estão em grego/hebraico e se tornam inacessíveis para aqueles que não dominam
tais idiomas. O aprendizado desses idiomas é então uma necessidade para nós
cristãos e para a manutenção de nossa fé.
“Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará.” (Jo 8, 32)
Após estar
convencida da importância e necessidade de se aprender e ensinar a nossos
filhos idiomas como o latim, o grego ou mesmo o hebraico, o questionamento que
fica é: como? Como uma quase analfabeta funcional em sua língua nativa/materna
(herança de uma educação falida) e que posso afirmar, completamente analfabeta
em todas as demais línguas pode se aventurar no ensino de idiomas tão complexos
(especialmente por serem línguas mortas) a seus filhos? Somente pela graça de
Deus, que rogo, inculta em mim uma sede pelo conhecimento que me impulsione no
aprendizado.
“De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Em vez de alimento sólido, vocês ainda estão precisando de leite. Ora, quem precisa de leite ainda é criança, e não tem experiência para distinguir o certo do errado. E o alimento sólido é para os adultos, os quais, pela prática constante, estão preparados para discernir o que é bom e o que é mau.” (Hebreus 5:12-14 )
Apesar de já ser
adulta fisicamente, vejo que intelectualmente, sou ainda uma criança e que
precisa reconhecer suas limitações. Claro que meu desejo é proporcionar a meus
filhos o acesso ao mais rico conhecimento e que este o leve a Deus, pois a
Verdade vem de Deus, a Verdade é Deus. Mas percebo que terei que crescer
intelectualmente com meus filhos. Beber do mesmo alimento que eles, começar do
básico e seguirmos juntos. Aí que mora a beleza da educação domiciliar, a família
caminha junto, os pais são levados a crescerem, impulsionados a buscar o
conhecimento que lhes foi negado para que seus filhos os possam receber por
herança.
Uma língua é
aprendida primeiro com os ouvidos (escuta) e com a boca (fala) e conforme o
amadurecimento da criança passa a aprender também com os olhos (leitura) e com
as mãos (escrita). Cada família é levada a determinar suas prioridades, dentro
de suas possibilidades. Em nossa casa o aprendizado de outros idiomas tem se
restringido ao inglês e ao latim através da escuta e memorização de orações e
músicas, mas sem muito aprofundamento, pois nossas crianças são muito pequenas
e não foram sequer alfabetizadas em sua própria língua.
Grande parte
deste capítulo é dedicada à exposição de um ‘caminho geral dos estudos’ e
fornece informações valiosíssimas. Provavelmente no decorrer dos anos de
estudos com nossos filhos teremos que relê-lo diversas vezes para colher mais
frutos de todo o conhecimento exposto e o farei com grande alegria, pois o
farei animada pelas palavras do grande romancista russo, Liev Tolstoi, que
aprendeu o grego aos 42 anos de idade e disse: “ Convenci-me de que de tudo que
a linguagem humana já produziu de verdadeira e simplesmente belo, eu não
conheceria antes de ter aprendido o grego”. Quero eu e toda a minha casa ter a
felicidade de conhecer tais belezas e sabemos que não se colhe a flor sem que
se tenha que enfrentar os espinhos.
Abraço fraterno,
Maya
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